Destaques de Segunda-feira, 13 de Maio

DOENÇA DE CHAGAS: 80% dos pacientes que recebem marcapasso no Hospital de Base de Brasília (DF) têm a doença; problema persiste no país e ameaça populações em vulnerabilidade social

Na fase aguda, a doença de Chagas provoca febre, dores de cabeça e cansaço. Mas sem tratamento, pode evoluir para fase crônica e afetar órgãos como o coração, intestino e o esôfago. É uma das 11 doenças e 5 infecções socialmente determinadas a terem cargas de transmissão e mortalidade reduzidas pelo programa Brasil Saudável, do Governo Federal , com ações coordenadas de 14 ministérios.

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TIRA-DÚVIDAS: "É possível eliminar", afirma coordenador do programa Brasil Saudável – Unir para cuidar, do Governo Federal, que coordena ações de 14 ministérios para eliminar 11 doenças e 5 infecções

Nesta entrevista, o coordenador-executivo do Brasil saudável, o médico sanitarista e epidemiologista Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, fala sobre o desafio eliminar doenças e infecções de transmissão vertical relacionadas à situação de pobreza

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LOC.: Você sabia que a doença de Chagas foi a doença causada por parasita que mais matou nos últimos anos na América Latina? Pois é. Só no Brasil, autoridades de saúde estimam que um milhão de pessoas tenham a doença. Transmitida pelo barbeiro, na fase aguda, pode causar febre, cansaço e dores no corpo. Mas depois de alguns anos, se transforma numa doença crônica e pode afetar o esôfago, o intestino e, principalmente, o coração. 

No Brasil, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, foram confirmados 5,6 mil casos de doença de Chagas crônica, em 710 municípios, segundo o Ministério da Saúde. A doença representa ainda um perigo para moradores de áreas endêmicas, concentradas nas regiões Norte e Nordeste brasileiras. O estado com maior incidência da doença é o Pará — responsável por 80% das ocorrências. 

A doença de Chagas é uma doença silenciosa, que pode impactar órgãos do corpo e até mesmo levar à morte, como explica o coordenador estadual do Programa de Controle da doença de Chagas no Pará, Eder Monteiro.
 

TEC/SONORA: coordenador estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas no Pará, Eder Monteiro.

“Pode levar a complicações cardíacas graves como insuficiência cardíaca, congestiva, problemas gastrointestinais, podendo resultar em óbito, em casos mais graves. No Pará, estima-se que uma parcela significativa da população esteja em risco de infecção. Especialmente em áreas rurais ou em condições socioeconômicas desfavoráveis”.
 


LOC.: O coração do aposentado e morador de Samambaia, no Distrito Federal, Adelino da Costa Lima, de 51 anos, foi o órgão mais afetado pela Doença de Chagas. Há 30 anos, ele foi infectado pela doença, em Bonfinópolis de Minas, no noroeste mineiro. Em 2011, precisou implantar um marcapasso. Mas em 2019, o órgão foi ficando mais fraco e só um transplante seria capaz de salvar a vida dele. Adelino recebeu o novo coração, mas conta que conviver com a Chagas exige cuidados. 

TEC/SONORA: Adelino da Costa Lima, 51 anos, aposentado

“A partir do momento que a pessoa descobre e acusa a doença, todo ano é preciso fazer exames para descobrir se a doença está se desenvolvendo ou não”.
 


LOC.: A estimativa é que de 30 a 50% dos pacientes desenvolverão a forma de cardiopatia crônica. O cirurgião cardiovascular do Hospital de Base de Brasília, José Joaquim Vieira Junior, conta que, por ano, são feitos em média 600 implantes do dispositivo na unidade. Segundo o médico, 80% desses pacientes precisam da intervenção por conta da doença de Chagas. 

TEC/SONORA: cirurgião cardiovascular do Hospital de Base de Brasília, José Joaquim Vieira Junior 

“O parasita atinge a musculatura cardíaca e faz uma espécie de inflamação no músculo cardíaco que vai levando a degeneração das fibras, causando geralmente a um aumento da área do coração. Como se você esticasse um elástico por muito tempo e ele ficasse frouxo. Conhecido como o ‘mega coração’”.
 


LOC.: A eliminação até 2030 da doença de Chagas e outras doenças e infecções por meio do combate a determinantes sociais é a principal meta do programa Brasil Saudável, do Governo Federal, que coordena ações de 14 ministérios. Uma das estratégias é apoiar os municípios no diagnóstico e tratamento da doença. O coordenador-executivo do programa, médico sanitarista e epidemiologista Draurio Barreira, explica mais:

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Escolhemos 11, pois são as prevalentes no Brasil. A doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, oncocercose e tracoma — essas sete são doenças que vamos eliminar — e não ter mais no Brasil, com transmissão igual a zero. E outras quatro, que não vamos eliminar até 2030 de ter transmissão igual a zero, mas vamos atingir as metas da OMS, que são: tuberculose, aids, hepatites virais e hanseníase”.
 


LOC.: Se você mora numa região onde existe o barbeiro e outras pessoas já pegaram a doença de Chagas, fique atento. Em caso de dor de cabeça, febre, cansaço, edema no rosto e falta de ar, procure imediatamente um serviço de saúde do SUS para diagnóstico e tratamento. 

Para evitar que o barbeiro entre em casa e forme colônias, o Ministério da Saúde recomenda o uso de mosquiteiros ou telas metálicas em janelas. Para evitar a transmissão oral, quando há resquícios do barbeiro em alimentos, a principal forma de prevenção é higienizar bem o que for consumir.   

Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.
 

LOC.: Doença de Chagas, tuberculose, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, tracoma, oncocercose, hiv /aids, hepatite B, sífilis e HTLV. Essas doenças e infecções são responsáveis por milhares de mortes ao ano no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, só a tuberculose foi a causa da morte de mais de cinco mil pessoas em 2022.

O que elas têm em comum? O fato de serem doenças determinadas socialmente. Ou seja, enfermidades relacionadas à condição de pobreza e à falta de saneamento, que atingem populações em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Mas a boa notícia é que no SUS é possível encontrar diagnóstico e tratamento gratuitos. 

Neste contexto, o Governo Federal criou, em fevereiro deste ano, o programa Brasil Saudável. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o Programa reúne esforços deste e de outros 13 ministérios para eliminar 11 doenças determinadas socialmente. A meta reduzir a transmissão e a mortalidade dessas doenças e infecções.

Para falar mais sobre a ação, na perspectiva da saúde pública, e sobre o panorama dessas doenças no país, conversamos com o médico sanitarista e epidemiologista Draurio Barreira. Ele é o coordenador-executivo do programa Brasil Saudável e diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Olá, Dr Draurio. O que é o Brasil Saudável?
 

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável
 
“É o Brasil retomando seus compromissos internacionais e se comprometendo a eliminar uma série de doenças até 2030,  enquanto problema de saúde pública. Até essa data, acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite e doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis”.
 


LOC.: O que são as doenças socialmente determinadas?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“São as que têm cura, formas de eliminar, mas por questões sociais continuam existindo. De todas as doenças do Brasil Saudável, sete delas não existem no Hemisfério Norte, já foram eliminadas. Só existem em países pobres ou em desenvolvimento. Isso é vergonhoso para um país [Brasil] que é a nona economia do mundo ainda conviver com doenças que não são do século passado — são de três milênios antes de Cristo. A gente poderia traduzir, de forma bem simples, como doenças causadas pela pobreza”.
 


LOC.: Quais são elas?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Escolhemos 11, pois são as prevalentes no Brasil. A doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, oncocercose e tracoma — essas sete são doenças que vamos eliminar — e não ter mais no Brasil, com transmissão igual a zero. E outras quatro, que não vamos eliminar até 2030 de ter transmissão igual a zero, mas vamos atingir as metas da OMS, que são: tuberculose, aids, hepatites virais e hanseníase”.
 


LOC.: A eliminação da transmissão vertical [da mãe para o bebê] de algumas infecções também está prevista no programa?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Temos cinco infecções que são transmitidas de mãe para filho durante a gestação ou durante a amamentação. Que são a doença de Chagas, o HIV, o HTLV — outro vírus parente do HIV —, a hepatite B e a sífilis congênita”.
 


LOC.: As doenças incluídas no Programa têm cura?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Todos os anos, morrem milhares de pessoas acometidas por essas doenças. Doenças que têm tratamento. A maioria tem cura. Podemos curar todas as doenças do Brasil Saudável e, de fato, eliminá-las como problema de saúde pública. A única doença [causada pela infecção do vírus HIV] ainda que não tem cura, mas tem tratamento é a aids. Então, não há justificativa para que as pessoas morram dessas doenças. E esse é o objetivo do programa”.
 


LOC.: Que regiões do Brasil essas doenças estão mais presentes?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Estamos falando de 11 doenças. Então, algumas delas são disseminadas em todo o país. Tem aids, tuberculose, hanseníase e hepatite no país inteiro. Tem lugares que concentram mais [cargas das doenças], principalmente nos grandes centros urbanos. Mas tem algumas doenças limitadas geograficamente. Malária, por exemplo, só tem na região Amazônica. Então, se você pegar o mapa dos 175 municípios alvo do Programa Brasil Saudável, temos todas as capitais, porque têm muita gente e concentração de doenças, pobreza e desigualdade social”.
 


LOC.: De que forma essas doenças reduzem a expectativa de vida das pessoas infectadas?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Hoje, se olharmos para essas 11 [doenças], a tuberculose tornou-se a doença que mais mata no mundo; por ano, 1,5 milhão de pessoas morrem de tuberculose. No Brasil, ano passado, oito mil pessoas morreram por causa da tuberculose. E a gente está falando de pessoas que morrem jovens, tanto para HIV, aids, quanto para tuberculose. A maioria morre na fase mais produtiva de sua vida — ou seja, adultos jovens, de 20 a 49 anos”.
 


LOC.: Qual a importância de eliminar essas doenças — ou reduzir a índices muito baixos?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“É perfeitamente atingível a meta de eliminar — pelo menos —, sete dessas doenças. E as outras quatro: aids, tuberculose, hepatites e hanseníase, atingir metas que passam a caracterizar a existência de uma doença que já não é mais um problema de saúde pública. Tem doenças raras — que não vamos eliminar — mas não são problemas de saúde pública. Queremos tornar a aids, tuberculose, hepatites e hanseníase também como doenças raras. E é possível atingir essas metas e é possível eliminar todas essas doenças que já não existem nos países ricos”.
 


LOC.: Como costuma ser a transmissão dessas doenças?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Infelizmente, nessas 11 doenças, temos todas as formas possíveis de transmissão. Por isso, precisamos de um esforço tão grande com tantas áreas de diferentes setores. Pois sem saneamento básico, sem o fim de certos vetores, como o barbeiro — que traz a doença de Chagas —, sem a eliminação da transmissão respiratória — como a tuberculose —, ou sexual, como aids e as hepatites, a gente não consegue eliminar. O problema é multifacetado, exige uma resposta muito diferenciada e, por isso, a importância de juntar os 14 ministérios”.
 


LOC.: Além dos 14 ministérios e parceiros, quem são os atores fundamentais para o bom andamento do programa?

TEC./SONORA: Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis Ministério da Saúde e coordenador-executivo do Brasil Saudável

“Não conseguimos eliminar doenças sem a participação da sociedade civil, especialmente das pessoas afetadas, que são as mais comprometidas com o fim dessas doenças. Uma pessoa que vive com HIV pode te ajudar muito na adequação da sua resposta àquele problema — ninguém conhece mais o problema do que a pessoa acometida por ele. Então, não podemos pensar em eliminar uma doença sem contar com a participação das pessoas que sofrem direta ou indiretamente. As pessoas afetadas — não apenas as pessoas doentes — mas afetadas por essas doenças e os movimentos sociais de lutas contra essas doenças”.
 


LOC.: Pois bem. Acabamos de ouvir Draurio Barreira, coordenador-executivo do programa Brasil Saudável. Ele falou sobre o programa que visa eliminar, enquanto problema de saúde pública, doenças socialmente determinadas nas 175 cidades brasileiras onde ainda predominam.

Para saber mais sobre o programa Brasil Saudável, acesse o portal do Ministério da Saúde: www.gov.br/saude.

Reportagem, Lívia Braz 
 

LOC.: O montante do desembolso do crédito rural do Plano Safra 2023/24 atingiu a marca de mais de 347 bilhões de reais, no período de julho de 2023 a abril de 2024. Isso representa um aumento de 15% em comparação com o mesmo período da safra anterior. As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - o Mapa.

O engenheiro agrônomo Charles Dayler aponta que o valor deve beneficiar toda a cadeia do agronegócio, já que é destinado para custeio, investimento, manutenção e distribuição.

TEC./SONORA: Charles Dayler, engenheiro agrônomo

“Esse recurso vai ajudar. Principalmente porque em relação ao ano passado, a gente teve problema de quebra de safra. Então vamos melhorar na produtividade, no escoamento. Isso tende a trazer Impacto positivo, não é no setor de agronegócio que tem um peso importantíssimo no PIB [Produto Interno Bruto]."


LOC.: Dayler destaca que o valor de 347 bilhões de reais representa 80% do total planejado para a atual safra de todos os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes.

 

TEC./SONORA: Charles Dayler, engenheiro agrônomo

“Ou seja, já tem recurso aplicado no campo. Então em termos financeiros o trabalho está sendo bem feito. Temos expectativa de ganhos, ainda mais porque esse ano a gente tende a ter um efeito mais tênue do El Niño, do que no ano passado. Em termos de produtividade, os números devem ser melhores."


LOC.: O consultor de agronegócios João Crisóstomo ressalta que o El Niño foi um desafio nos últimos meses, na safra 2023/2024, provocando um atraso nas chuvas, e consequentemente, na semeadura e colheita.

TEC./ONORA: João Crisóstomo, consultor de agronegócios da BMJ Consultores Associados

“Principalmente no Centro-Oeste, onde foi observado esse atraso nas chuvas no Mato Grosso. E os efeitos El Niño vão ter reverberações tanto na produtividade quanto na área plantada, principalmente da soja, que é a cultura mais representativa no Mato Grosso.”


LOC.: O consultor destaca que, apesar das dificuldades, o agronegócio tem um ciclo virtuoso de cerca de sete e oito anos, batendo recordes. Nesse contexto, alguns produtores rurais conseguiram se preparar para esse momento — mas existe uma parcela prejudicada com a adversidade climática, por isso é importante ter o apoio do governo.

Reportagem, Nathália Guimarães

LOC.: O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal da primeira quadrissemana de maio de 2024 aumentou 0,45%, acumulando uma alta de 3,23% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados pela Fundação Getulio Vargas.

A economista Ana Cláudia Arruda destaca que cinco das sete capitais pesquisadas registraram acréscimo nas taxas de variação, com destaque para Belo Horizonte, Salvador, Recife, São Paulo e Porto Alegre.
 

TEC./SONORA: Ana Cláudia Arruda, economista e conselheira federal da Cofecon

“Vários fatores contribuem para esse aumento. As pressões inflacionárias são decorrentes, sobretudo, do aumento dos preços dos alimentos, que também comprometem muito a cesta básica. Por outro lado, a política monetária com taxa de juros elevadas e a demanda aquecida comprometem muitos preços internos. Além disso, a desvalorização cambial também afeta os preços das importações."


LOC.: O economista José Luiz Pagnussat explica que já era esperada essa elevação dos preços ao consumidor, especialmente devido às chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul. 

Ele explica que o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional do arroz. Como parte do grão não havia sido colhido, agora está perdido debaixo d’água. Com parte da colheita sendo perdida do estado, ele destaca que passa a ter um problema de redução de oferta de vários produtos — e com uma menor disponibilidade os preços tendem a subir.
 

TEC./SONORA: José Luiz Pagnussat, economista, ex-presidente da Corecon-DF

“Mas também há problemas internacionais, que acabaram pressionando alguns preços. Então o índice reflete um pouco dessa turbulência. O normal nos meses de maio, junho, é ter preços em queda ao nível de consumidor.”


LOC.: O economista aponta que, nesses meses em que o Brasil teria sazonalmente uma redução de preço, a perspectiva é de aumento dos valores. 

Reportagem, Nathália Guimarães, com narração de Marquezan Araújo

LOC.: A ocorrência de sífilis gestacional afeta a saúde dos recém-nascidos e aumenta a probabilidade de que a criança apresente baixo peso, seja considerada pequena para a idade ou nasça prematura.  É o que conclui um estudo elaborado por uma equipe de pesquisa do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde da Fiocruz Bahia. 

De acordo com o levantamento, divulgado no último dia 10 de maio, crianças nascidas de pessoas gestantes com a sífilis contam com maior prevalência de prematuridade (14,45%), de baixo peso ao nascer (13,40%), e de serem consideradas pequenas para a idade gestacional (11,66%). 

A pesquisa estima que as gestantes com a sífilis apresentaram um aumento na probabilidade em 88% de que seus filhos nasçam com baixo peso. Além disso, foi notada uma probabilidade em 53% de que fossem considerados pequenos para a idade gestacional — e em 35% de prematuridade.  

Reportagem, Marquezan Araújo
 

LOC.: A saca de 60 quilos do café arábica subiu 0,86% na última sexta-feira e, por isso, o produto inicia a semana custando R$ 1.125,17, na cidade de São Paulo. O valor do café robusta também registrou alta, de 0,65%, no preço. A saca de 60 quilos, à vista, está custando R$ 940,27, para retirada nas imediações das regiões produtoras de Colatina e São Gabriel da Palha, no Espírito Santo. 

O preço do açúcar cristal, em São Paulo, caiu 0,42%, e o produto está cotado a R$ 138,80. Em Santos, no litoral paulista, o preço médio da saca de 50 quilos aumentou 0,75%, a R$ 134,82.

Já a saca de 60 quilos do milho inicia a semana em alta de 1,19% e, agora, é negociada a R$ 58,88, na região de referência de Campinas, estado de São Paulo. 

Os valores são do Cepea.

Reportagem, Felipe Moura. 
 

LOC.: A arroba do boi gordo começa a semana cotada a R$ 230,15, no estado de São Paulo, após alta de 0,71% no valor do produto na última sexta-feira (10). 

O valor do quilo do frango congelado subiu 0,42% e, por isso, o produto é negociado a R$ 7,18, nesta segunda-feira. O quilo do frango resfriado também está mais caro. O preço subiu 1,09% e, agora, o produto custa R$ 7,40. Para ambos, as regiões de referência são a Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.

O preço da carcaça suína subiu 1,33% e o valor está em R$ 9,89, no atacado da Grande São Paulo. Já para o quilo do suíno vivo, houve alta de 0,58%, em Minas Gerais. O produto, à vista, por lá, custa R$ 6,95. No Paraná, R$ 6,14, e no Rio Grande do Sul, R$ 5,89. 

Os valores são do Cepea.

Reportagem, Felipe Moura.