13/05/2024 03:10h

Principais altas foram registradas por Alpagartas, Aliansce e Rumo. Magazine Luiza e Localiza tiveram as maiores baixas

Baixar áudio

O Ibovespa (índice da bolsa de valores brasileira) inicia esta segunda-feira (13) com 127.599 pontos, após queda de 0,46% no último pregão da semana passada. Analistas acreditam que isso reflete as perspectivas de inflação resistente nos Estados Unidos, o que pode levar o banco central de lá a ser mais cauteloso no corte dos juros. Isso deixa os títulos do Tesouro Americano mais atrativos para os investidores. 

Alpargatas (ALPA4), Aliansce Sonae (ALOS3) e Rumo (RAIL3) apresentaram as três principais altas do último pregão: 3,31%, 2,96% e 2,54%. 

As maiores baixas foram registradas por Magazine Luiza (MGLU3) e Localiza (RENT3), que caíram 7,78% e 5,15%, respectivamente. 

O volume negociado na bolsa de valores brasileira nesta sexta-feira ultrapassou R$ 23,2 bilhões. 

Os dados da bolsa de valores brasileira podem ser consultados no site da B3.


 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 03:05h

Com expectativa de inflação persistente e juros ainda altos nos EUA, a moeda estadunidense se valoriza junto aos investidores

Baixar áudio

O dólar comercial inicia esta segunda-feira (13) cotado a R$ 5,15. No último fechamento, a moeda estadunidense valorizou 0,29% em relação ao real. Entre os prováveis motivos para a alta do dólar frente a moeda brasileira está a inflação resistente naquele país, o que pode levar o banco central norte-americano a manter a taxa de juros mais alta por lá, para combater a alta de preços. Esse movimento atrai investidores para aquele país. 

O euro, por sua vez, inicia a semana a R$ 5,55 — o que aponta para uma alta de 0,18% em relação ao real. 

O dólar turismo teve leve alta de 0,08% e inicia a semana cotado a R$ 5,36. 

Os dados são da companhia Morningstar. 
 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 03:00h

Valor se refere à saca de 60 quilos do produto. Açúcar cristal, por sua vez, ficou mais barato

Baixar áudio

A saca de 60 quilos do café arábica subiu 0,86% na última sexta-feira e, por isso, o produto inicia a semana custando R$ 1.125,17, na cidade de São Paulo. O valor do café robusta também registrou alta, de 0,65%, no preço. A saca de 60 quilos, à vista, está custando R$ 940,27, para retirada nas imediações das regiões produtoras de Colatina e São Gabriel da Palha, no Espírito Santo. 

O preço do açúcar cristal, em São Paulo, caiu 0,42%, e o produto está cotado a R$ 138,80. Em Santos, no litoral paulista, o preço médio da saca de 50 quilos aumentou 0,75%, a R$ 134,82.

Já a saca de 60 quilos do milho inicia a semana em alta de 1,19% e, agora, é negociada a R$ 58,88, na região de referência de Campinas, estado de São Paulo. 

Os valores são do Cepea.
 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 03:00h

Produto é negociado a R$ 230,15, em São Paulo

Baixar áudio

A arroba do boi gordo começa a semana cotada a R$ 230,15, no estado de São Paulo, após alta de 0,71% no valor do produto na última sexta-feira (10). 

O valor do quilo do frango congelado subiu 0,42% e, por isso, o produto é negociado a R$ 7,18, nesta segunda-feira. O quilo do frango resfriado também está mais caro. O preço subiu 1,09% e, agora, o produto custa R$ 7,40. Para ambos, as regiões de referência são a Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.

O preço da carcaça suína subiu 1,33% e o valor está em R$ 9,89, no atacado da Grande São Paulo. Já para o quilo do suíno vivo, houve alta de 0,58%, em Minas Gerais. O produto, à vista, por lá, custa R$ 6,95. No Paraná, R$ 6,14, e no Rio Grande do Sul, R$ 5,89. 

Os valores são do Cepea.


 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 03:00h

Preço da oleaginosa subiu 0,27% na última sexta-feira (10)

Baixar áudio

Após alta de 0,27% na última sexta-feira (10), a saca de 60 quilos da soja inicia a semana custando R$ 129,64, em diferentes regiões do interior do Paraná. 

Em Paranaguá, no litoral do estado, houve variação negativa de 0,16% no preço da oleaginosa. Por lá, a saca agora está cotada a R$ 133,86. 

Também no Paraná, o preço do trigo registrou alta de 2,01%, no último fechamento. A tonelada do cereal está cotada a R$ 1.372,39. Já no Rio Grande do Sul, o preço subiu 0,83%. A tonelada do produto agora custa R$ 1.253,57.  

Os valores são do Cepea.


 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 00:03h

O valor representa 80% do total planejado para a atual safra de todos os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes

Baixar áudio

O montante do desembolso do crédito rural do Plano Safra 2023/24 atingiu a marca de R$ 347,2 bilhões durante um período de 10 meses, no período de julho de 2023 a abril de 2024. Isso representa um aumento de 15% em comparação com o mesmo período da safra anterior. As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Charles Dayler, engenheiro agrônomo, aponta que o valor deve beneficiar toda a cadeia do agronegócio, já que é destinado para custeio, investimento, manutenção e distribuição.

Os financiamentos destinados ao custeio receberam um total de R$ 191 bilhões em aplicação. Enquanto isso, as contratações das linhas de investimento totalizaram R$ 83 bilhões. As operações voltadas para comercialização registraram R$ 45 bilhões — e as destinadas à industrialização, R$ 27 bilhões.

“Esse recurso vai ajudar. Principalmente porque em relação ao ano passado, a gente teve problema de quebra de safra. Então vamos melhorar na produtividade, no escoamento. Isso tende a trazer Impacto positivo, não é no setor de agronegócio que tem um peso importantíssimo no PIB [Produto Interno Bruto]”, explica.

Durante os nove meses do ano agrícola, foram realizados 1.832.791 contratos, dos quais 1.375.988 foram no âmbito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e 164.271 no Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).

El Niño

Dayler destaca que o valor de R$ 347,2 bilhões representa 80% do total planejado para a atual safra de todos os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes, que é de R$ 435,8 bilhões.

“Ou seja, já tem recurso aplicado no campo. Então em termos financeiros o trabalho está sendo bem feito. Temos expectativa de ganhos, ainda mais porque esse ano a gente tende a ter um efeito mais tênue do El Niño, do que no ano passado. Em termos de produtividade, os números devem ser melhores”, aponta.

João Crisóstomo, consultor de agronegócios da BMJ Consultores Associados, ressalta que o El Niño foi um desafio nos últimos meses, na safra 2023/2024, provocando um atraso nas chuvas — e, consequentemente, na semeadura e colheita.

“Principalmente no Centro-Oeste, onde foi observado esse atraso nas chuvas no Mato Grosso. E os efeitos El Niño vão ter reverberações tanto na produtividade quanto na área plantada, principalmente da soja, que é a cultura mais representativa no Mato Grosso”, aponta.

Ele destaca que, apesar das dificuldades, o agronegócio tem um ciclo virtuoso de cerca de sete e oito anos, batendo recordes. Nesse contexto, alguns produtores rurais conseguiram se preparar para esse momento, mas existe uma parcela prejudicada com a adversidade climática, por isso é importante ter o apoio do governo.

Leia mais:

Setor agrícola está entre os que mais sofrem com as chuvas no RS

Com 31 novos mercados abertos para o agronegócio, Brasil amplia presença dos produtos no mercado mundial

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 00:02h

Nesta entrevista, o coordenador-executivo do Brasil saudável, o médico sanitarista e epidemiologista Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, fala sobre o desafio eliminar doenças e infecções de transmissão vertical relacionadas à situação de pobreza

Baixar áudio

Doença de Chagas, tuberculose, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, tracoma, oncocercose, hiv, /aids, hepatite B, sífilis e HTLV.

Essas doenças e infecções são responsáveis por milhares de mortes ao ano no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, só a tuberculose foi a causa da morte de mais de cinco mil pessoas em 2022. O que elas têm em comum? O fato de serem doenças determinadas socialmente. Ou seja, enfermidades relacionadas à condição de pobreza e à falta de saneamento, que atingem populações em situação de vulnerabilidade social e econômica. Mas a boa notícia é que no SUS é possível encontrar diagnóstico e tratamento de forma gratuita. 

Neste contexto, o Governo Federal criou, em fevereiro deste ano, o programa Brasil Saudável. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o Programa reúne esforços deste e de outros 13 ministérios para reduzir a transmissão e a mortalidade dessas doenças e infecções.

Por meio do Programa, as pastas estão atuando em frentes, com foco no enfrentamento à fome e à pobreza, na ampliação dos direitos humanos e proteção social para populações e territórios prioritários. Há ainda a previsão da qualificação de trabalhadores, movimentos sociais e sociedade civil, de incentivos à inovação científica e tecnológica para diagnóstico e tratamento, e da ampliação das ações de infraestrutura e de saneamento básico e ambiental. 

O coordenador-executivo do Programa Brasil Saudável e diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, conversou com o Brasil 61 e falou sobre a ação — na perspectiva da saúde pública — e sobre o panorama dessas doenças no país.

Brasil 61: O que é o Brasil Saudável?

Draurio Barreira: “É o Brasil retomando seus compromissos internacionais e se comprometendo a eliminar uma série de doenças até 2030, enquanto problema de saúde pública. Até essa data, acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite e doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis”.

Brasil 61: O que são as doenças socialmente determinadas?

Draurio Barreira: “São as que têm cura, formas de eliminar, mas por questões sociais continuam existindo. De todas as doenças do Brasil Saudável, sete delas não existem no Hemisfério Norte, já foram eliminadas. Só existem em países pobres ou em desenvolvimento. Isso é vergonhoso para um país [Brasil] que é a nona economia do mundo ainda conviver com doenças que não são do século passado — são de três milênios antes de Cristo. A gente poderia traduzir, de forma bem simples, como doenças causadas pela pobreza”.
 

Brasil 61:  Quais são elas?

Draurio Barreira: “Escolhemos 11, pois são as prevalentes no Brasil. A doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, oncocercose e tracoma — essas sete são doenças que vamos eliminar — e não ter mais no Brasil, com transmissão igual a zero. E outras quatro, que não vamos eliminar até 2030 de forma a ter transmissão igual a zero, mas vamos atingir as metas da OMS, que são: tuberculose, aids, hepatites virais e hanseníase”.

Brasil 61: A eliminação da chamada transmissão vertical de algumas infecções- da mãe para o bebê - também está prevista no programa?

Draurio Barreira: “Temos cinco infecções que são transmitidas de mãe para filho durante a gestação ou durante a amamentação. Que são a doença de Chagas, o HIV, o HTLV — outro vírus parente do HIV —, a hepatite B e a sífilis congênita”.

Brasil 61: As doenças incluídas no Programa têm cura?

Draurio Barreira: “Todos os anos, morrem milhares de pessoas acometidas por essas doenças. Doenças que têm tratamento. A maioria tem cura. Podemos curar todas as doenças do Brasil Saudável e, de fato, eliminá-las enquanto problema de saúde pública. A única doença [causada pela infecção do vírus HIV] que ainda não tem cura, mas tem tratamento é a aids. Então, não há justificativa para que as pessoas morram dessas doenças. E esse é o objetivo do programa”.

Brasil 61: Que regiões do Brasil essas doenças estão mais presentes?

Draurio Barreira: “Estamos falando de 11 doenças. Então, algumas delas são disseminadas em todo o país. Tem aids, tuberculose, hanseníase e hepatite no país inteiro. Tem lugares que concentram mais [cargas das doenças], principalmente nos grandes centros urbanos. Mas tem algumas doenças limitadas geograficamente. Malária, por exemplo, só tem na região Amazônica. Então, se você pegar o mapa dos 175 municípios alvos do Programa Brasil Saudável, temos todas as capitais, porque têm muita gente e concentração de doenças, pobreza e desigualdade social”.

Brasil 61: De que forma essas doenças reduzem a expectativa de vida das pessoas infectadas?

Draurio Barreira: “Hoje, se olharmos para essas 11 [doenças], a tuberculose tornou-se a doença que mais mata no mundo; por ano, 1,5 milhão de pessoas morrem de tuberculose. No Brasil, ano passado, oito mil pessoas morreram por causa da tuberculose. E a gente está falando de pessoas que morrem jovens, tanto para HIV, /aids, quanto para tuberculose. A maioria morre na fase mais produtiva de sua vida — ou seja, adultos jovens, de 20 a 49 anos”.

Brasil 61: Qual a importância de eliminar essas doenças — ou reduzir a índices muito baixos?

Draurio Barreira: “É perfeitamente atingível a meta de eliminar — pelo menos — sete dessas doenças. E as outras quatro: aids, tuberculose, hepatites e hanseníase, atingir metas que passam a caracterizar a existência de uma doença que já não é mais um problema de saúde pública. Tem doenças raras — que não vamos eliminar — mas não serão mais problemas de saúde pública. Queremos tornar a aids, tuberculose, hepatites e hanseníase também como doenças raras. E é possível atingir essas metas e é possível eliminar todas essas doenças que já não existem nos países ricos”.

Brasil 61: Como costuma ser a transmissão dessas doenças?

Draurio Barreira: “Infelizmente, nessas 11 doenças, temos todas as formas possíveis de transmissão. Por isso, precisamos de um esforço tão grande com tantas áreas de diferentes setores. Pois sem saneamento básico, sem o fim de certos vetores, como o barbeiro — que traz a doença de Chagas —, sem a eliminação da transmissão respiratória — como a tuberculose —, ou sexual, como aids e as hepatites, a gente não consegue eliminar. O problema é multifacetado, exige uma resposta muito diferenciada e, por isso, a importância de juntar os 14 ministérios”.

Brasil 61: Além dos 14 ministérios e parceiros, quem são os atores fundamentais para o bom andamento do programa?

Draurio Barreira: “Não conseguiremos eliminar doenças sem a participação da sociedade civil, especialmente das pessoas afetadas, que são as mais comprometidas com o fim dessas doenças. Uma pessoa que vive com HIV pode te ajudar muito na adequação da sua resposta àquele problema — ninguém conhece mais o problema do que a pessoa acometida por ele. Então, não podemos pensar em eliminar uma doença sem contar com a participação das pessoas que sofrem direta ou indiretamente. As pessoas afetadas — não apenas as pessoas doentes — mas afetadas por essas doenças e os movimentos sociais de lutas contra essas doenças”.

Para atingir a meta, o governo conta com o apoio das organizações governamentais, mas também com o engajamento de toda a sociedade civil. Para isso, foram mapeadas 175 cidades onde pelo menos duas dessas doenças prevalecem e uma busca ativa envolvendo diversos órgãos municipais e estaduais está sendo feita para que as metas sejam atingidas. Para saber mais sobre o programa Brasil Saudável, acesse: www.gov.br/saude.
 

Copiar textoCopiar o texto
13/05/2024 00:01h

Na fase aguda, a doença de Chagas provoca febre, dores de cabeça e cansaço. Mas sem tratamento, pode evoluir para fase crônica e afetar órgãos como o coração, intestino e o esôfago. É uma das 11 doenças e 5 infecções socialmente determinadas a terem cargas de transmissão e mortalidade reduzidas pelo programa Brasil Saudável, do Governo Federal , com ações coordenadas de 14 ministérios.

Baixar áudio

Nos livros de Ciências, ela está presente e é muito falada durante a escola: doença de Chagas — causada por um protozoário (Trypanosoma Cruzi) e transmitida pela picada do barbeiro. Para muita gente, a história com a doença termina aí. Mas essa não é a realidade de muitos brasileiros. Oitenta por cento dos pacientes que recebem implante de marcapasso, em procedimentos realizados no Hospital de Base de Brasília, no Distrito Federal, deram entrada na unidade com problemas cardíacos causados pela doença de Chagas. É o que relata o cirurgião cardiovascular José Joaquim Vieira Junior. O especialista trabalha na unidade de referência regional na rede do SUS em cirurgias cardíacas, onde são realizados 600 implantes anuais desse dispositivo que controla os batimentos do coração em casos de arritmias. 

A estimativa do especialista ilustra a persistência desta doença secular, descoberta pelo médico sanitarista Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, em 1909, como problema de saúde pública, com baixa notificação. 

Informação de boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em abril deste ano, sobre notificações da doença de Chagas, reforça isso. O documento destaca: “apenas 7% das pessoas com doença de Chagas são diagnosticadas, e somente 1% recebe tratamento adequado no século XXI”. “[A Doença de Chagas] Segue ainda nos dias de hoje acometendo principalmente pessoas com alta vulnerabilidade social, podendo gerar intensos impactos na qualidade de vida, em especial a incapacidade, o medo e o estigma”, reforça o documento.

Segundo o levantamento, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, 5,4 mil casos confirmados de doença de Chagas crônica, de 710 municípios, foram registrados no sistema e-SUS Notifica. Além disso, autoridades de saúde estimam que entre 1 milhão e 3 milhões de pessoas tenham a doença no país, representando perigo para moradores de áreas endêmicas, concentradas nas regiões Norte e Nordeste brasileiras. Consta ainda como uma das 11 doenças e 5 infecções socialmente determinadas a terem cargas de transmissão e mortalidade reduzidas, num esforço conjunto de 14 ministérios no programa Brasil Saudável, do Governo Federal. 

Se não identificada no início da infecção, a doença de Chagas pode se tornar crônica e atacar órgãos como esôfago, intestino e coração. Outra estimativa apontada pelo boletim do Ministério é a de que entre 30% e 50% dos pacientes desenvolverão a forma de cardiopatia crônica. Essa condição médica possui três formas de apresentação clínica: síndrome arrítmica, insuficiência cardíaca e complicações tromboembólicas sistêmicas e pulmonares. 

Doença de Chagas: ‘Mega coração’ e necessidade do marcapasso

“O parasita atinge a musculatura cardíaca e faz uma espécie de inflamação no músculo cardíaco, levando à degeneração das fibras, causando um aumento da área do coração. Como se você esticasse um elástico por muito tempo e ele ficasse frouxo. Conhecido como o 'mega coração'”, explica o cirurgião José Joaquim Vieira Junior.

“É o primeiro acometimento — o coração. Geralmente, é o mais trágico e o que as pessoas se preocupam mais. A maioria dos pacientes que colocam dispositivos cardíacos na nossa região é por doença de Chagas”, complementa o médico do DF.

Considerada multissistêmica, a doença de Chagas é caracterizada por uma fase aguda — que pode durar até algumas semanas ou meses — apresentando frequentemente sintomas leves ou pode ser até mesmo assintomática. Mas também existe a fase crônica. E é assim que o vigilante Carlos José Rosa, de 56 anos, morador do Gama, no Distrito Federal, convive com Chagas há mais de 40 anos. Ele contraiu a doença ainda menino, em Goiás. Aos 12 anos, teve o primeiro sintoma — um estreitamento no esôfago — que foi resolvido com cirurgia.

Anos mais tarde, quando Carlos tinha 38 anos, os primeiros problemas cardíacos começaram a surgir e mais uma cirurgia, dessa vez para a implantação de um marcapasso, foi feita. “O coração estava ruim, perdendo batimento cardíaco — batendo a 25 por minuto —, pressão a 6 por 4. Foi quando fiz a implantação do marcapasso que resolvi esse problema. O batimento normal passou para 60 e a pressão voltou ao normal”, relata. 

Mas Carlos sabe que a doença Chagas crônica pode afetar outros órgãos, como intestino, por exemplo. Segundo ele, já aprendeu a conviver com a doença e quando um novo órgão é afetado, ele vai “trocando as peças”.

Doença de Chagas: transplante de coração

O coração do aposentado e morador de Samambaia, no Distrito Federal, Adelino da Costa Lima, de 51 anos, também foi o órgão mais afetado pela doença de Chagas. Há 30 anos, ele foi infectado pela doença, em Bonfinópolis de Minas (MG), no noroeste mineiro. Em 2011, precisou implantar um marcapasso para ajustar os batimentos cardíacos. Mas em 2019, o órgão foi ficando mais fraco e só um transplante seria capaz de salvar a vida dele. Adelino recebeu o novo coração. Mas conta que conviver com a Chagas exige cuidados. 

“A partir do momento que a pessoa descobre e acusa a doença, todo ano é preciso fazer exames para descobrir se a doença está se desenvolvendo ou não”, explica Lima.

Doença de Chagas: alta incidência no estado do Pará 

No Brasil, o estado com maior incidência da doença é o Pará — responsável por 80% das ocorrências. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde Pública do estado. Em 2022, foram 352 casos confirmados. 

Uma doença silenciosa, que pode impactar diversos órgãos do corpo e até mesmo levar à morte, como explica o coordenador estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas no Pará, Eder Monteiro.

“Pode levar a complicações cardíacas graves como insuficiência cardíaca, congestiva, problemas gastrointestinais, podendo resultar em óbito em casos mais graves. No Pará, a prevalência varia de acordo com as regiões, mas estima-se que uma parcela significativa da população esteja em risco de infecção. Especialmente em áreas rurais ou em condições socioeconômicas desfavoráveis”, analisa Monteiro.

Doença de Chagas: eliminação da doença é um dos objetivos do programa Brasil Saudável

O Ministério da Saúde, por meio do programa Brasil Saudável — que tem como meta a eliminação de 11 doenças socialmente determinadas, entre elas a doença de Chagas —, listou 175 municípios onde o combate aos determinantes sociais relacionados a  essas doenças é prioridade (ver mapa abaixo). De acordo com as diretrizes do programa, são localidades que possuem altas cargas de duas ou mais doenças ou infecções. A estratégia do programa busca “catalisar e potencializar as ações já existentes e/ou as capacidades de cada Ministério no atendimento às necessidades de populações e territórios mais afetados pelas doenças determinadas socialmente ou sob maior risco”.

MAPA MUNICÍPIOS PRIORITÁRIOS DO BRASIL SAUDÁVEL

Mapa

Descrição gerada automaticamente

“Escolhemos 11, pois são as prevalentes no Brasil. A doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, geo-helmintíase, malária, oncocercose e tracoma — essas sete são doenças que vamos eliminar — e não ter mais no Brasil, com transmissão igual a zero”, explica o coordenador-executivo do Brasil Saudável e diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira. O gestor completa: “E outras quatro, que não vamos eliminar até 2030 de ter transmissão igual a zero, mas vamos atingir as metas da OMS, que são: tuberculose, aids, hepatites virais e hanseníase”.

Além dos municípios do Pará, a doença de Chagas aparece também em cidades do Nordeste (ver mapa abaixo), como os municípios pernambucanos de Carnaubeira da Penha e Correntes; e nos alagoanos Santana do Mundaú e Capela. No Amazonas, a doença está presente em municípios como Barcelos, Lábrea, Uarini, Ipixuna e na capital Manaus. No Acre, em Cruzeiro do Sul. Mas na capital do país, Brasília, a doença também aparece e precisa ser rastreada e tratada. 

Mapa

Descrição gerada automaticamente

MAPA

“As regiões Norte e Nordeste são consideradas áreas endêmicas para doença de Chagas devido às condições favoráveis ao ciclo de transmissão do parasita.  Condições precárias de moradia e a falta de saneamento básico contribuem para a proliferação dos insetos vetores e aumenta o risco de infecção pela doença de Chagas”, avalia Eder Monteiro.

Doença de Chagas: tipos de transmissão e como prevenir (Fonte: Ministério da Saúde)

A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado — que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento — permitindo a entrada do parasita Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea. É a chamada transmissão vetorial.

Para evitar que o barbeiro entre em casa e forme colônias, o Ministério da Saúde recomenda o uso de mosquiteiros ou telas metálicas em janelas e a aplicação de inseticidas residuais realizada por equipe técnica habilitada. Também preconiza o uso de repelentes, roupas de mangas longas, durante atividades noturnas em áreas de mata.

A doença também pode ser transmitida por via oral — por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Trypanosoma cruzi — devido à falta de controle de higiene e de cuidados no momento do processamento. “A principal forma de prevenção é higienizar bem os alimentos. Pois, em geral, isso acontece quando o barbeiro é moído junto com o fruto ou outro alimento e a pessoa não vê. Como se trata de um inseto relativamente grande [para identificar], se o alimento for bem higienizado, eliminamos a grande probabilidade de a contaminação do alimento ocorrer”, explica o médico Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde

A terceira forma de transmissão é a vertical, quando a gestante infectada por Trypanosoma cruzi pode passar para o bebê durante a gestação ou no parto. De acordo com Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, é importante que essa gestante seja acompanhada e a criança, ao nascer, também seja monitorada para que possa fazer exames. “Porque a criança pode ser tratada e curada, já que as chances de cura são muito altas se for tratada no início, assim que nascer”, completa o gestor. 

Doença de Chagas: principais sintomas e diagnóstico

Os principais sintomas — na fase aguda — são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e dos membros inferiores, taquicardia, palpitação, dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com os de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de casa para atendimento médico imediato e exames.

O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasita causa ao organismo, principalmente no coração e sistema digestivo.

Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento. Assim, o paciente com Chagas recebe medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista - cardiologista, infectologista e gastroenterologista.

Doença de Chagas: rastreio e tratamento no SUS

“O rastreio e o tratamento da doença de Chagas, no Pará, são bem acessíveis. Qualquer pessoa que esteja em área endêmica, que apresente algum sintoma, como a febre persistente, procurando unidades básicas de saúde ou de pronto atendimento — e se tiver suspeita de Chagas na fase aguda —, imediatamente são feitos os exames parasitológicos e sorológicos. Caso dê positivo, logo em seguida, é feito tratamento com medicamento específico”, explica Eder Monteiro. 

Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento da doença de Chagas deve ser indicado por um médico, nas unidades de saúde do SUS, após a confirmação da doença. O remédio benznidazol é fornecido gratuitamente para pessoas com a doença na forma aguda. Para as pessoas na fase crônica, a indicação deste medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso.

Para mais informações sobre a doença de Chagas e sobre o programa Brasil Saudável, acesse www.gov.br/saude.

Copiar textoCopiar o texto
12/05/2024 20:40h

Profissionais estão atuando no apoio à população afetada pelas enchentes e aos trabalhadores e gestores que atuam na região

Baixar áudio

A saúde mental de quem viveu uma tragédia — como a que os gaúchos enfrentam desde o começo deste mês — precisa de cuidados e atenção. Por isso, o Ministério da Saúde elabora um plano de atendimento de saúde mental para a população atingida pelas enchentes e os trabalhadores e gestores que estão atuando na região.
 
O coordenador da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Fausto Soriano Estrela Neto, adianta que o plano vai tratar do atendimento indicado para crianças, idosos e pessoas em vulnerabilidade social e da comunicação de massa. Outro ponto que já foi definido é o apoio do telessaúde nos atendimentos.
 
“Temos um colapso na estrutura de saúde do Rio Grande do Sul, que foi destruída pela enchente. Estamos concluindo a análise de onde temos comunicação e como podemos usá-la. Uma das camadas é telegestão, teleatendimento, teleconsulta e tele-educação para chegar a um público maior.”
 
Desde o começo das enchentes, o atendimento psicossocial é feito por equipes volantes nas unidades médicas e abrigos. A equipe foi reforçada esta semana com a chegada de outra equipe de psicólogos à cidade de Canoas.
 
Até agora, o Ministério já diagnosticou as regionais mais afetadas em saúde mental em seis pontos do estado, definiu a estratégia de atendimento e qualificou as equipes locais para acolhimento, estabilização emocional, auxílio na tomada de decisões para gestores e trabalhadores de todo o estado; entre outras ações. 

Copiar textoCopiar o texto
12/05/2024 20:34h

Estoques no estado foram reforçados com mais de 300 mil doses de imunizantes. População é chamada a se vacinar

Baixar áudio

O Ministério da Saúde informa à toda a população do Rio Grande do Sul que não há desabastecimento de vacinas e medicamentos no Estado.
 
Desde 5 de maio, foram enviadas ao estado gaúcho mais de 300 mil doses das vacinas contra tétano, difteria, hepatites A e B, coqueluche, meningite, rotavírus, sarampo, caxumba, rubéola, raiva e picadas de animais. 

Além dessas, há outras 926 mil doses que já estavam previstas na rotina de entrega ao Rio Grande do Sul. Portanto, o estado segue sem registros de desabastecimento de qualquer imunizante. O mesmo vale para os medicamentos, como a insulina, que têm sido enviados e repostos no estado.

Quem explica é o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti. “Estamos fazendo todos os esforços para repor os estoques perdidos com as enchentes; não apenas de vacinas, mas também da rede de frio para seu armazenamento.”

O Ministério da Saúde também tem reforçado a importância da vacinação contra a gripe, a Covid-19, o tétano e a hepatite. As doenças são comuns durante desastres como o que a população tem enfrentado. O governo federal tem mantido os estoques abastecidos e a Secretaria Estadual de Saúde está distribuindo os imunizantes para as unidades de saúde que não foram afetadas pelas chuvas, para os pontos de atendimento emergenciais e os abrigos.

O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, destaca que os cuidados devem ser aumentados até mesmo para a população que não está desabrigada. “Doenças de transmissão respiratória são agravadas em ambientes fechados e com maior número de pessoas. Mesmo aquelas que estão em casa podem adoecer. Mas temos um cuidado especial com as que estão em abrigos”, explica.

Importância da vacina antitetânica

Vale lembrar que as vacinas Pentavalente — DTP e dT — protegem contra o tétano, que é considerado uma doença grave. A vacina antitetânica é aplicada ainda na infância, mas precisa de doses de reforço ao longo da vida. 

O Ministério da Saúde recomenda que a vacina antitetânica seja aplicada em caso de ferimentos, cortes na pele, contato de mucosas com terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Em função dos desastres climáticos, é  importante reforçar a dose de antitetânica em pessoas que tiveram contato com entulhos e destroços para prevenir a infecção por tétano.
 

Copiar textoCopiar o texto