Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Crônicas do Agro: Empreendedor Rural

O colunista Ênio Jaime, do podcast "Academia do Agro", traz comentários sobre os desafios de empreender no Brasil

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O empreendedor no Brasil é um resiliente, um persistente. Conhecer o seu negócio, sua operação e seu mercado são sinônimos de sucesso. Aqui no Brasil isso pouco é relevante, ou melhor, logicamente que é relevante, mas somente esses conhecimentos não bastam. A burocracia brasileira mata lentamente a nossa competitividade e nosso empreendedorismo.  

No agro, essa burocracia é maior ainda. O produtor rural que queira investir em irrigação deve pedir o direito de outorga em primeiro lugar. O qual tem demorado de quatro a seis anos para se ter uma resposta e, às vezes, essa resposta é negativa. Para poder sistematizar uma área que é de sua propriedade, dentro das rígidas normas do Código Federal, respeitando todas as legislações, ele pede uma licença, que em Goiás está saindo com quatro a seis anos de espera. 

Depois de tanto tempo de espera, esse produtor teve a sua condição financeira alterada. Ou melhor, o mercado também alterou o momento de investimento. E mesmo assim, mesmo depois de tanto tempo de espera, esse mesmo empreendedor terá que preparar uma série de documentos para não ter retaliações a posteriori. 

Inacreditável é que quem lidera essas instituições estaduais sabe desse atraso, são complacente com esse atraso. Na verdade, existem funcionários públicos que não dispõe de uma atitude proativa para o desenvolvimento do empreendedorismo rural. Com isso o estado perde, a nação perde, os produtores perdem e a cidade perde. Temos menor geração de emprego, menor geração de renda, menor desenvolvimento.

Esse é um artigo de opinião, que não necessariamente expressa as opiniões, ideias e análises do Brasil 61 ou de seus editores. 

SOBRE O AUTOR

Ênio Jaime Fernandes Jr., atua como Consultor de Mercado de grãos Soja e Milho, com formação em Engenharia Agronômica, tem MBA em Agronegócio e especialização em Nutrição Mineral de Plantas. É professor executivo da Fundação Getúlio Vargas, dirigente classista, empresário rural e articulista.

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