Agronegócios

24/06/2024 03:00h

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, soja, açúcar, carne bovina, café, algodão e celulose são os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações no mês

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As vendas de produtos do agronegócio brasileiro para o exterior somaram US$ 15,24 bilhões em abril de 2024, valor 3,9% maior que os US$ 14,67 bilhões exportados no mesmo mês de 2023. Os dados são da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo a pasta, o resultado de abril deste ano corresponde a 49,3% do total de exportações brasileiras este mês.

O cenário foi influenciado principalmente pelo aumento do volume embarcado, que subiu 17,1%. Já em relação aos preços médios dos produtos agropecuários, houve queda de 11,3%, o que impediu um registro ainda mais expressivo no valor das exportações em abril.

Entre maio de 2023 e abril de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 168,36 bilhões, uma expansão de 4,7% em comparação com os US$ 160,86 bilhões exportados dos 12 meses imediatamente anteriores.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, soja, açúcar, carne bovina in natura, café, algodão e celulose são os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações no mês. 

O principal destaque é a soja, por ser responsável pela maior parte das exportações do agronegócio. Ao todo, o Brasil exportou 14,7 milhões de toneladas do grão, um aumento de 362,4 mil toneladas na comparação com abril de 2023. A China é o principal importador da oleaginosa, responsável pela compra de dez milhões de toneladas a US$ 4,29 bilhões.

A venda geral de grãos brasileiros para outros países atingiu um volume de quase 18,5 milhões de toneladas no mês passado, um aumento de 6,7% em comparação com os 17,3 milhões de toneladas em abril de 2023.

Já as exportações de carnes atingiram US$ 2,21 bilhões em abril de 2024, um aumento de 27,5% se comparado ao mesmo mês do ano passado. Destes, US$ 1,04 bilhão foi de carne bovina. O volume é recorde para os meses de abril, e o motivo é a quantidade exportada para atender a demanda chinesa.

Outro destaque é o complexo sucroalcooleiro, que em abril de 2024 alcançou US$ 1,07 bilhão com as exportações. É a primeira vez na série histórica que o setor ultrapassa a cifra de um bilhão em vendas para outros países. O aumento em relação a abril de 2023 foi de 77,6%.

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20/06/2024 00:06h

Empresas que vendem esses produtos no mercado interno ou exportam passarão a ter crédito presumido

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A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal aprovou o relatório do Projeto de Lei 1548/2022, da senadora Tereza Cristina (PP-MS). Cassiano Menke, coordenador da área de Direito Tributário do Silveiro Advogados explica que essa medida suspende a incidência de PIS/Pasep e Cofins sobre farelo e óleo de milho.

"O que implica na desoneração da venda dos produtos. Então esses produtos, quando vendidos, a receita auferida não terá a incidência do PIS e Cofins. E mais, as empresas que vendem ou no mercado interno, ou que exportam, passarão também a ter crédito presumido relativamente a essa venda", explica.

Menke aponta que essa medida tende a incentivar a comercialização dos produtos envolvidos, pois irá fazer com que o custo deles e a carga tributária incidentes diminuam.

"Incentiva a venda dos produtos, porque além de vender sem a tributação, a empresa que o faz, que o vende, passa a ter um crédito presumido, que é o incentivo para realizar a comercialização desses dois produtos", completa.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o milho é cultivado em quase todo o território brasileiro, com cerca de 77% da área plantada e 92% da produção concentradas na regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O destaque fica com a região Sul, com 42% da área e 53% da produção.

Entre os municípios, os que se destacam com a produção de milho são Sorriso (Mato Grosso), Rio Verde (Goiás) e Formosa do Rio Preto (Bahia), aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Economia

Fernando de Aquino, membro da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Cofecon), explica que esse PL implica em uma redução de receita para o Governo Federal.

"O setor agropecuário já tem bastante benefícios creditícios e tributários e uma redução pontual destas só seria justificável com uma perspectiva de um aumento bastante satisfatório no emprego ou na produtividade", aponta Aquino.

Para o especialista, o imposto territorial rural, pago pelos proprietários rurais, já é um valor baixo, por isso, havia um espaço para um aumento de receita tributária.

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19/06/2024 00:09h

Se houver qualquer pendência cadastral no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), a emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) não será possível

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Produtores rurais já podem emitir o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) 2024 gratuitamente, alerta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O documento pode ser acessado no portal do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com prazo para emissão até 18 de julho.

O CCIR de 2024 substituirá o documento emitido em 2023 e será válido somente após o pagamento da Taxa de Serviços Cadastrais de anos anteriores. A taxa pode ser paga via pix, cartão de crédito ou boleto bancário.

Se o imóvel rural apresentar algum impedimento cadastral no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), a emissão do CCIR não será possível.

Albenir Querubini, advogado com atualização especializada no agronegócio e mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que o CCIR é um cadastro realizado pelos produtores rurais, junto ao Incra, e equivale a uma "carteira de identidade" desses imóveis.

"É o principal documento para atestar a regularidade fundiária desses imóveis rurais, sendo indispensável para uma série de procedimentos, como a compra e venda de imóveis, o financiamento bancário, partilha de terras no caso dos inventários. Então, ele é um documento oficial que demonstra que a propriedade rural imobiliária está cadastrada e regularizada", informa.

Como emitir o CCIR 2024?

Giovanni Pallaoro, advogado nas áreas de direito imobiliário e contratos no Silveiro Advogados e membro efetivo da Comissão de Direito Agronegócio do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (IBRADEMP), explica que os proprietários cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro Rural poderão realizar o procedimento da emissão do CCIR acessando o portal do Incra e selecionando a opção "Emissão do CCIR".

"Neste documento, temos diversos informações cadastrais declaratórias dos imóveis, tais como: a denominação do imóvel rural, informações da área, a classificação fundiária do imóvel, indicações da localização e do endereço, informações a respeito dos módulos rurais e fiscais, bem como da fração mínima de parcelamento da área, o número da matrícula do imóvel, o registro de imóveis competente; além dos dados dos titulares do imóvel e da pessoa que os declarou", explica.

O especialista recomenda que os produtores atualizem as informações junto ao Incra em casos de alterações do imóvel, como compra, venda, permuta ou doação.

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18/06/2024 00:02h

O setor de carnes, o complexo sucroalcooleiro e os produtos florestais se destacaram nas exportações

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Entre janeiro e maio de 2024, as exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 67,17 bilhões, apresentando uma pequena queda de 0,2%, aponta o Ministério da Agricultura e Pecuária. Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), destaca que o resultado foi influenciado pelos produtos das exportações brasileiras, que apresentaram uma redução de preço no exterior.

"Não foi tanto a questão da quantidade de produtos, mas sim o valor unitário de cada produto, o que acabou por reduzir um pouco a exportação, e dentro disso, estão também os produtos do agronegócio. Houve alguns fatores interessantes do ponto de vista de incremento das vendas, como é o caso das carnes", explica. 

De acordo com a pasta, os preços dos produtos exportados caíram 9,8%, apesar de o índice de quantidade ter aumentado 10,7% nos primeiros cinco meses do ano. No acumulado, o agronegócio representou 48,4% do total das exportações brasileiras.

Segundo o analista e consultor da SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, os destaques das exportações do agronegócio brasileiro são o setor de carnes, o complexo sucroalcooleiro e o mercado de grãos, milho e soja, em particular.

"Nós vamos entrar na janela de exportação da safrinha brasileira e o milho vai ocupar um papel importante nos embarques de commodities aqui do Brasil. Temos alguns aspectos que levam a esse resultado, o Brasil hoje é extremamente competitivo na exportação de commodities agrícolas, isso não é segredo para ninguém. só citando o setor carnes como exemplo, o país hoje é líder global de exportação de carne de frango, de carne bovina", informa.

O complexo sucroalcooleiro continua a bater recordes. De acordo com o Mapa, em maio de 2024, o setor alcançou US$ 1,43 bilhão em exportações, um aumento de 15,3% na comparação com maio de 2023. O desempenho foi impulsionado pelo volume recorde de açúcar exportado no mês de maio.

As carnes estão entre os principais setores exportadores do agronegócio brasileiro, representando 14,2% de todas as vendas externas do setor, um aumento de 2,0% em relação ao mesmo mês de 2023.

Os produtos florestais ocuparam a terceira posição entre os principais setores exportadores do agronegócio, com vendas externas totalizando US$ 1,55 bilhão (+25,5%).

Ao contrário do complexo soja e das carnes, os produtos florestais registraram uma elevação nos preços médios de exportação.

Segundo os dados, em maio de 2024, as exportações brasileiras de produtos do agronegócio alcançaram US$ 15,05 bilhões, representando 49,6% das exportações totais do Brasil. Este valor foi 10,2% inferior aos US$ 16,76 bilhões exportados no mesmo mês de 2023, resultando em uma queda absoluta de US$ 1,71 bilhão. 

Expectativas

Para Fernando Iglesias, nos próximos anos o Brasil deve seguir como um dos principais fornecedores de produtos de commodities agrícolas em escala global.

"O Brasil vai seguir fazendo resultados muito interessantes em relação à venda dos seus produtos lá fora. O país tem um entendimento muito bom da demanda global, consegue atender muito bem as expectativas do mercado e consegue entender muito bem o que cada consumidor procura, isso faz uma imensa diferença para o mercado brasileiro" aponta.

Ele também afirma que o câmbio desvalorizado remete à uma maior competitividade dos produtos brasileiros. Ou seja, quanto mais desvalorizada é a moeda brasileira, mais competitivo é o produto.

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14/06/2024 00:02h

Especialista destaca desafios climáticos enfrentados em maio, como a falta de chuvas na região Centro-Oeste, que afetaram o ciclo das culturas

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Em maio, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2024 deve alcançar 296,8 milhões de toneladas, 5,9% menor que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas). Esse resultado mostra que houve uma redução de 18,6 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A área destinada à colheita é de 78,3 milhões de hectares, representando um aumento de 0,6% em comparação com a área colhida em 2023, o que equivale a um crescimento de 454.502 hectares. Em relação a abril, houve um aumento de 0,6%, correspondendo a 445.140 hectares adicionais.

O arroz, o milho e a soja, que são os três principais produtos, juntos representam 91,5% da estimativa de produção e são responsáveis por 87,2% da área destinada à colheita.

Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do LSPA de maio 2024, aponta que o Brasil foi atingido por "muitos" problemas climáticos em maio, como a falta de chuvas na região Centro-Oeste, além de temperaturas altas.

"Encurtaram o ciclo de algumas lavouras e, consequentemente, diminuíram a produtividade. Alguns produtores tiveram que fazer replantio para cultura da soja, por exemplo. Outros acabaram optando por aumentar as áreas de algodão. Inclusive, estamos batendo recorde na produção de algodão. Este ano nossa estimativa é de 8,5 milhões de toneladas, um crescimento de quase 10% em relação ao ano passado, que também foi recorde", informa.

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Guedes explica que devido aos problemas climáticos, a safra de milho deve ser menor este ano, com uma estimativa de 114,5 milhões de toneladas. Também houve uma redução da área plantada, pois o preço do milho não estava "muito atrativo" para o produtor. 

O gerente de agricultura também aponta que apesar dos eventos climáticos que ocorreram no Rio Grande do Sul, parte das lavouras já estavam colhidas.

"Tivemos um pequeno decréscimo de 1,6% na produção do Rio Grande do Sul neste mês, que é o maior estado produtor de arroz, mas que foi compensado por um aumento de produção em outros estados, como Minas Gerais, onde está sendo cultivado o arroz irrigado com pivô central. Compensou um pouco essa queda no Rio Grande do Sul", pontua.

Produção por região

Segundo o levantamento, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas registrou variação anual positiva em duas regiões: Sul (5,0%) e Norte (8,5%). No entanto, ocorreu uma variação anual negativa nas demais regiões: Centro-Oeste (-12,8%), Sudeste (-8,5%) e Nordeste (-2,8%).

Em termos de variação mensal, as regiões que registraram crescimento foram Nordeste (0,2%), Norte (0,8%) e Sudeste (2,3%), enquanto as demais apresentaram declínio: Sul (-3,0%) e Centro-Oeste (-0,7%).

Mato Grosso mantém a liderança como o maior produtor nacional de grãos, contribuindo com 29,2% do total, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (12,7%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (7,3%) e Minas Gerais (5,9%). Em conjunto, esses estados representaram 79,1% da produção total.

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12/06/2024 00:01h

Especialista aponta que o aumento da carga tributária pode resultar em uma menor taxa de investimento no agronegócio

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Representantes dos setores de insumos agrícolas e biotecnologia fizeram críticas quanto à adoção de listas de produtos com alíquota reduzida ou crédito presumido nos novos tributos sobre consumo, presentes na regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24). De acordo com informações divulgadas pela Câmara dos Deputados, eles afirmaram que tais listas não incluem todos os produtos e serviços, além de poderem ficar desatualizadas rapidamente.

Os representantes destacaram que o crédito presumido poderia ser amplo para todos os insumos agrícolas, considerando que o consumidor final arcará com o imposto na compra do produto, creditando-se assim os impostos pagos ao longo do processo produtivo.

Houve também críticas ao limite de R$ 3,6 milhões de faturamento anual para que o produtor rural integrado a uma cadeia de produção não seja considerado contribuinte dos novos impostos. A sugestão é que esse limite seja aplicado apenas aos pequenos produtores familiares não integrados.

Para o analista e consultor da SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, a regulamentação tem como impacto uma elevação da carga tributária, o que é nocivo para diversos setores da economia e poderá trazer problemas de ordem inflacionária e macroeconômica.

"Um grande problema é que, querendo ou não, o aumento de carga tributária, que é o que está se desenhando ali, basicamente vai ser repassado ao longo da cadeia produtiva. Então, no médio, longo prazo, essa situação acaba remetendo ao aumento da inflação. Outro aspecto que a carga tributária adicional pode resultar é na menor taxa de investimento no agronegócio", explica.

Investimentos

João Crisóstomo, consultor de agronegócios da BMJ Consultores Associados, aponta que é importante investir no agro, já que esse é um dos setores mais importantes para a economia brasileira, contribuindo significativamente para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Ele destaca que o investimento no agro não se limita ao campo, pois impacta também no transporte, armazenamento, pesquisa e inovação.

"Fora que o investimento no agro é um dos que mais proporcionam a teoria interiorização dos recursos. Os polos agrícolas do país não estão nos grandes centros e sim no interior, e isso permite com que outras regiões, um pouco mais remotas, tenham um acesso à renda com mais facilidade e mais intensidade", completa.

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11/06/2024 00:03h

Na região Sudeste, impulsionadas pela produção de açúcar e laranja, foram geradas 24,8 mil vagas

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Das 4.727 cidades com movimentação no mercado de trabalho do setor agropecuário, 2.243 registraram crescimento, enquanto 2.160 apresentaram uma redução, aponta levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) referente ao mês de abril. O balanço ainda revela que as cidades com as maiores expansões mensais foram Capela do Alto/SP (+1.278), Bebedouro/SP (+1.047), Formosa/GO (+964), Medeiros Neto/BA (+941) e Matão/SP (+864).

O presidente do Conselho Regional de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), Pedro Afonso Gomes, destaca que nos pequenos municípios, grande parte da renda e circulação de mercadoria se deve ao consumo dos "mais pobres".

"Então se há uma oportunidade de renda adicional para trabalhadores rurais ou para operários em fábrica, modifica até a economia do município, dependendo do porte e do incremento", afirma. 

Em abril de 2024, o mercado de trabalho agropecuário registrou 245.654 admissões e 233.877 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 11.777 postos de trabalho. Esse desempenho foi superior ao observado no mesmo período em 2023, quando o saldo foi de 9.721 postos, e em 2022, quando foi de 10.523.

André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, destaca que o El Niño e as condições climáticas que ocasionaram tragédia do Rio Grande do Sul são fatores que impactam negativamente a safra, mas apesar disso, o resultado foi positivo.

"Nós ainda teremos a segunda maior safra de toda a série histórica disponível e isso é muito significativo, mostra a força do agro e, consequentemente, o impacto positivo que ele exerce sobre boa parte dos municípios brasileiros. A continuidade desse processo de melhora do agronegócio brasileiro, como um todo, acaba ajudando a aumentar o nível de arrecadação e a reduzir a disparidade de renda", afirma.

As grandes cidades contribuíram com 19% do saldo positivo no mês (+2,3 mil vagas), enquanto as pequenas cidades representaram 43% do saldo mensal. A região Sudeste gerou 24,8 mil vagas, impulsionada pela cadeia do açúcar e do cultivo de laranja. Por outro lado, a região Nordeste registrou perda de vagas no mês de abril, devido aos desligamentos na cadeia do açúcar (-13 mil vagas).

Próximos meses

Pedro Afonso Gomes explica que para os próximos meses é natural a admissão e demissão em determinadas áreas rurais, em função da sazonalidade das produções.

"Nós vemos café, laranja e açúcar dominando um pouco. Mas quando a produção se retrai, há algumas demissões, quando é necessário que aumente a colheita, ou quando há transformação do produto in natura em produto industrial, ela praticamente muda para outra região, para outro setor. É natural.", explica.

Ele informa que espera-se uma estabilização da economia e a geração de renda. Também destaca que o produto agrícola é consumido por grande parte da população e que, nos últimos aos, o Brasil avançou significativamente nas negociações com outras nações, o que propiciou incremento nas exportações.

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07/06/2024 00:04h

A pesquisa revela aumentos em 23 das 27 UFs, com Mato Grosso liderando

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No primeiro trimestre de 2024 o abate de bovinos registrou um aumento de 24,6%, aponta a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao quarto trimestre de 2023, observou-se um crescimento de 1,6% no abate de bovinos.

Fernando de Aquino, membro da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Cofecon) afirma que esse foi um crescimento “impressionante”, e aponta fatores que contribuíram para o resultado.

“Ele é explicado, principalmente, pela questão do ciclo da carne bovina. É um ciclo de vários anos no Brasil, em torno de 8 anos, e nós estamos no auge do do rebanho de carne bovina no país. Então isso leva a um crescimento da oferta de carne bovina, que foi viabilizado por uma demanda consistente em função do momento em que estamos passando, de emprego alto e salário real”, informa.

A pesquisa mostra que abate de 1,84 milhão de cabeças de bovinos a mais no 1º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos em 23 das 27 Unidades da Federação (UFs), com destaque para:

  • Mato Grosso (+420,07 mil cabeças)
  • Goiás (+263,41 mil cabeças)
  • São Paulo (+219,41 mil cabeças)
  • Minas Gerais (+206,49 mil cabeças)
  • Pará (+180,04 mil cabeças)
  • Rondônia (+155,75 mil cabeças)
  • Mato Grosso do Sul (+110,36 mil cabeças)
  • Bahia (+58,08 mil cabeças)
  • Paraná (+46,73 mil cabeças)

Suínos e frangos

Além disso, a pesquisa revela que no primeiro trimestre de 2024, houve uma queda de 1,6% no abate de suínos e uma diminuição de 1,2% no abate de frangos em comparação com o mesmo período de 2023.

Em relação ao quarto trimestre de 2023, revelou-se uma queda de 1,4% no abate de suínos e um aumento de 4,0% no abate de frangos. Quanto à aquisição de leite, foram adquiridos 6,21 bilhões de litros, representando um aumento de 3,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2023 e uma queda de 4,4% em relação ao trimestre anterior.

Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), destaca que é “interessante” pensar no preço desses produtos para o consumidor final.

“O preço da carne bovina estava altíssimo em 2022. O da carne suína estava bem mais baixo, e também o do frango. Então, quando os consumidores se defrontavam com este dilema que é não ter recurso para comprar carne bovina todos os dias, embora fosse de sua preferência, optavam por suínos e frangos”, pontua.

Ele explica que quando há um consumo maior, também se tem um produção maior.

Expectativas

Nos próximos meses, Gomes aponta que a carne bovina deve continuar apresentando resultados positivos. 

“Se o Brasil conseguir colocar no mercado estrangeiro essa carne, vai suprir tanto o mercado interno, aqui no país, quanto o mercado internacional que também precisa de carne de boa qualidade”, conclui.

Gomes ressalta que espera um panorama positivo para os produtores que criam gado bovino, suíno e para os plantéis de frangos.

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03/06/2024 03:00h

Já o preço do açúcar cristal, em São Paulo, subiu 0,16%, e o produto está cotado a R$ 135,81

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O preço da saca de 60 quilos do café arábica diminuiu 1,94% no último fechamento e o produto inicia a segunda-feira (3) custando R$ 1.286,07, na cidade de São Paulo. 

O valor do café robusta apresentou forte queda. A saca de 60 quilos, à vista, está 1,71% mais barata. O produto é negociado a R$ 1.149,20, para retirada nas imediações das regiões produtoras de Colatina e São Gabriel da Palha, no Espírito Santo. 

Já o preço do açúcar cristal, em São Paulo, subiu 0,16%, e o produto está cotado a R$ 135,81. Em Santos, no litoral paulista, o preço médio da saca de 50 quilos diminuiu 0,19%, a R$ 131,96.

A saca de 60 quilos do milho começa a segunda-feira custando R$ 59,36, na região de referência de Campinas, estado de São Paulo, após alta de 0,12% no último fechamento. 

Os valores são do Cepea.


 

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01/06/2024 00:02h

Nos últimos 31 dias, foI registrada a abertura de 15 novos mercados em 10 países diferentes

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Neste ano, o mês de maio se encerra como o melhor maio da série histórica em termos de novos acordos comerciais no mercado mundial para produtos do agronegócio brasileiro, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O balanço da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais revela que nos últimos 31 dias, registrou-se a abertura de 15 novos mercados em 10 países diferentes.

O desempenho superou o recorde anterior, de maio de 2020, quando foram realizadas oito aberturas em cinco países.

Além disso, em 2023, durante o mesmo período, foram registradas a abertura de sete novos mercados em sete nações, contribuindo para a marca histórica de 78 novos mercados em 39 países ao longo de 2023. 

Maio também é considerado o melhor mês de 2024. Neste ano, já foram registrados 46 novos mercados em 27 países, com destaque para:

  • pescados para África do Sul, Austrália e Índia;
  • carne de aves para El Salvador e Lesoto;
  • carne suína para o Butão;
  • café verde para Zâmbia.

O Mapa destaca que a expansão de mercados internacionais tem sido “importante” para o crescimento das exportações brasileiras. Nos primeiros quatro meses do ano, o agronegócio representou 49,3% do total das exportações do país. Nesse período, a receita gerada pelo setor alcançou a marca de US$ 52,39 bilhões, um crescimento de 3,7% em relação aos US$ 50,52 bilhões exportados no primeiro quadrimestre do ano anterior.

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