Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Índice de Preços ao Produtor sobe 0,74% em abril

Trata-se do terceiro resultado positivo seguido do indicador. Entre os setores de maior influência estão alimentos, indústrias extrativas, papel e celulose

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O Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 0,74% em abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (28). Trata-se do terceiro resultado positivo seguido do indicador. O acumulado no ano foi de 0,99%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em -3,08%. Em março, o IPP havia subido 0,35%.

Das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa, 20 apresentaram aumento em abril. As maiores variações registradas foram em papel e celulose (3,99%); indústrias extrativas (-3,58%); fumo (2,49%); e farmacêutica (2,10%). Entre os setores de maior influência de preços ao produtor estão alimentos, indústrias extrativas, papel e celulose e refino de petróleo e biocombustíveis. 

O analista da pesquisa, Felipe Câmara, explica que o resultado do índice no mês está relacionado, em especial, ao comportamento das cadeias derivadas da soja e da cana-de-açúcar, especificamente para os maiores preços do óleo bruto de soja e do etanol na porta da fábrica.

“Pelo lado da demanda, o preço do óleo de soja respondeu à competição entre a fabricação de alimentos e a de biodiesel, num contexto de disponibilidade doméstica do grão afetada pela menor produtividade da safra corrente e pelo maior volume de exportações do primeiro trimestre. O reflexo nos bens destinados ao consumo final se fez sentir de forma mais clara no preço da margarina, enquanto o próprio óleo bruto teve esse impacto refletido na alta dos bens intermediários”, aponta Felipe Câmara.

Já André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, de São Paulo (SP) e mestre em Economia Política, avalia que a aceleração do índice está concentrada nas indústrias de transformação. Segundo ele, o aumento percebido em abril reflete a aceleração dos preços da indústria de transformação, já que as indústrias extrativas têm registrado sucessivas deflações, inclusive, no último trimestre. 

André avalia, ainda, que é cedo para dizer que o aumento do IPP em abril, e registrado no último trimestre, possa refletir nos valores pagos pelos consumidores, já que isso só pode acontecer com um aumento significativo do índice.

Fique por dentro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes — e abrange as grandes categorias econômicas.
 

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