Foto: Divulgação/MDA
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Invasões de terras: ministério cria mesa de negociação entre empresa e MST

O ministro da Agricultura e Pecuária Paulo Teixeira, afirmou que todos vão trabalhar pelo cumprimento do acordo e que a máxima é o respeito ao direito de propriedade

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) criou uma mesa de negociação entre a empresa Suzano Papel e Celulose e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A medida foi adotada, após o MST invadir três áreas produtivas da companhia no extremo sul da Bahia. O movimento alega que a Suzano descumpriu um acordo firmado em 2011 e que as áreas da empresa são utilizadas para o monocultura de eucalipto.

Segundo o ministro do MDA, Paulo Teixeira, após reunião com a Suzano e representantes do MST, ficou definido que ambas as partes vão retomar esse diálogo que foi interrompido. "Foi retomado o diálogo. Houve uma negociação em 2011 entre as partes, que eram três empresas que foram incorporados pela Suzano, e esse diálogo foi interrompido em 2016. Criamos uma mesa de negociação que fará a sua primeira reunião em 16 de março". 

Paulo Teixeira, afirma que até lá, as partes vão revisar os termos do acordo que foi firmado para atualizá-lo. “Queremos reafirmar o acordo feito em 2011 porque as partes querem cumpri-lo". Teixeira não detalhou os motivos do rompimento do acordo entre empresa e o MST em 2016.

O que diz a Suzano

A Suzano diz, em nota, que cumpriu sua parte no acordo, destinando 12 imóveis rurais aptos de aquisição pelo Incra e assentamento de famílias. A empresa afirma que o Incra concluiu a aquisição de apenas 2 das propriedades rurais. "Não aceitaremos desrespeito à Constituição, à propriedade privada e ao Estado de Direito. A discussão de tais temas durante reunião com MDA e MST, após a desocupação das áreas invadidas ilegalmente demonstra a disposição da companhia em avançar na construção conjunta de uma solução para o tema", destacou em nota.

O ministro Paulo Teixeira afirma que a Suzano reconhece as obrigações assumidas no acordo de 2011 e que irá discutir o modo de ação e execução com o governo federal. "Consideramos que houve avanço e que sirva de exemplo que todo tipo de conflito pode ser resolvido dessa forma. Inauguramos um processo novo de resolução de conflitos com objetivo de atender famílias que precisam ser assentadas pelos programas de reforma agrária".

O ministro complementou ainda que todos buscam paz no campo. "Todos nós queremos paz no campo. Todos nós queremos uma solução com diálogo para resolução de eventuais conflitos. O respeito ao direito de propriedade será uma tônica desses atores aqui".

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