A tuberculose matou 5,8 mil pessoas em 2022, no Brasil — apesar de ter prevenção, diagnóstico e tratamento disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Pobreza, dificuldade de acesso a serviços de saúde, insegurança alimentar e más condições de moradia são considerados determinantes sociais que influenciam a perpetuação da doença no país.
Nesta entrevista, a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministro da Saúde, Fernanda Dockhorn, tira as principais dúvidas sobre a doença, , seu diagnóstico e tratamento. “É importante dizer que, com tratamento, a maioria das pessoas já não transmite a doença em 15 dias”, destaca.
A gestora fala ainda sobre o Programa Brasil Saudável. Coordenada pelo Ministério da Saúde, a iniciativa reúne esforços deste e de outros 13 ministérios para eliminar como problema de saúde pública um grupo de doenças e infecções determinadas socialmente até 2030.
Brasil 61: O que é a tuberculose?
Fernanda Dockhorn: “A tuberculose é uma doença infecciosa, de transmissão de ser humano para ser humano, aérea. Quando uma pessoa tem a tuberculose no pulmão ou na laringe, ela transmite essa doença pela tosse, fala ou espirro. Não é uma doença transmitida pelo beijo, talheres ou roupa. Você pode conviver muito bem com uma pessoa que tem tuberculose, mas ela tem que ser diagnosticada e tratada”.
Brasil 61: Quais são os principais sintomas da doença?
Fernanda Dockhorn: “O principal sintoma é a tosse. Se a pessoa não tem outra comorbidade que cause imunodeficiência, uma tosse por três semanas ou mais pode ser tuberculose — a gente chama de tosse prolongada, que não é uma tosse de 24 horas apenas. Mas a pessoa pode ter associado febre — geralmente vespertina —, sudorese noturna e emagrecimento. Então, se [você] tem emagrecimento sem outra causa, se tem tosse [prolongada], busque um serviço [unidade de saúde do SUS] — pode ser tuberculose”.
Brasil 61: Quem possui alguma comorbidade, tem mais chances de desenvolver tuberculose?
Fernanda Dockhorn: “A transmissão da tuberculose é muito do ambiente: eu tenho mais risco quando estou nos aglomerados urbanos, num grande centro, numa região metropolitana. O risco é maior. Se vivo com muita gente na minha casa, na minha região também. Para quem vive HIV, há mais chances de ficar doente depois de se infectar. Vale lembrar que a pessoa pode se infectar com tuberculose e nunca desenvolver a doença. Mas, se há algum fator de risco — como crianças, pessoas vivendo com HIV, idosos, pessoas com doenças reumatológicas e renais —, acaba reduzindo a imunidade e desenvolvendo a tuberculose”.
Brasil 61: Como é o tratamento da tuberculose?
Fernanda Dockhorn: “Depois do diagnóstico, o tratamento é disponível no sistema público de saúde e feito com quatro antibióticos numa primeira fase, que dura dois meses. Esses quatro antibióticos estão disponíveis no mesmo comprimido — dose fixa combinada. Passou essa fase mais aguda, que a pessoa fica mais doente e se sente mal, ela passa para uma segunda fase. Nessa segunda fase, são dois remédios e completa o tratamento em seis meses”.
Brasil 61: Em que momento do tratamento a pessoa deixa de transmitir a tuberculose?
Fernanda Dockhorn: “É importante dizer que, com tratamento, a maioria das pessoas já não transmite a doença em 15 dias. Então, não precisa ficar preocupado com a família, pois, com 15 dias de tratamento, já não ocorre transmissão da doença”.
Brasil 61: Qual é a porta de entrada do SUS para o tratamento da tuberculose?
Fernanda Dockhorn: “No principal diagnóstico, a porta de entrada da tuberculose é a Atenção Primária à Saúde. Então mesmo em um município pequeno, a Atenção Primária à Saúde é sensível, tem que perceber quando tem suspeita ou não da doença, se a pessoa tem tosse prolongada ou se faz parte de uma dessas populações mais vulneráveis à tuberculose e apresenta maior risco. O importante é já solicitar o exame, pois mesmo se não tiver o teste rápido molecular para tuberculose, tem a baciloscopia para o diagnóstico. E o medicamento está disponível também nesta mesma (unidade da) Atenção Primária para começar o tratamento”.
Brasil 61: Por que a tuberculose é uma doença considerada determinada socialmente?
Fernanda Dockhorn: “Porque é gerada por esse ambiente com muita carência, muita pobreza, e perpetua essa pobreza. Por que não deixa a pessoa ter renda suficiente para conseguir sobreviver. No Brasil, há pesquisas locais que mostraram que 48% das famílias têm ‘custo catastrófico’ pela tuberculose. Quer dizer que a família perde mais de 20% da sua renda devido àquela pessoa que está tratando com tuberculose”.
Brasil 61: Que determinantes sociais favorecem o desenvolvimento da doença?
Fernanda Dockhorn: “A tuberculose está ligada muito ao ambiente onde a pessoa vive, às condições de vida da população. Então, as populações (que vivem) onde há muita pobreza, têm muitos aglomerados, dificuldade de ambiente, o ar não circula tão bem e a tuberculose está presente ali. As pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas vezes, têm dificuldade de acesso a serviços, e (o) diagnóstico (acaba sendo) tardio. E tem uma coisa muito importante que é a segurança alimentar. A tuberculose está ligada à desnutrição. Se a pessoa tem problemas de alimentação, está com dificuldades na alimentação, ela acaba tendo maior risco de ter tuberculose depois de uma infecção”.
Brasil 61: Quais são os grupos populacionais aos quais a doença está ligada?
Fernanda Dockhorn: “Pessoas vivendo com HIV/aids, indígenas, imigrantes e também a população em situação de rua e privada de liberdade. As maiores cargas hoje, além das pessoas com HIV/aids, são as pessoas privadas de liberdade. É muito importante a estratégia do Brasil Saudável no sentido das ações interministeriais. A gente trabalha muito próximo do Ministério da Justiça para ter acesso a essas unidades prisionais e conseguir fazer um trabalho de saúde lá dentro”.
Brasil 61: Como o trabalho conjunto com outros ministérios pode prevenir a doença?
Fernanda Dockhorn: “É muito importante essa estratégia de trabalho junto ao Ministério da Justiça, voltada ao diagnóstico precoce, ao tratamento. E a gente tem que fazer a prevenção. A tuberculose é uma doença prevenível. Se a gente sabe que aquela pessoa está infectada pelo bacilo da tuberculose e é um contato de alguém, a gente pode fazer o tratamento preventivo da TB – que é um tratamento encurtado, com 12 doses uma vez por semana — e você consegue prevenir”.
Brasil 61: A meta do Brasil Saudável é eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030, isso é possível?
Fernanda Dockhorn: “O Brasil está no caminho. Temos o Brasil Saudável nessa tentativa de ampliar as ações interministeriais para dar uma proteção social para as pessoas, para dar atendimento adequado para quem é privado de liberdade, por exemplo”.
Para saber mais sobre tuberculose e sobre o Programa Brasil Saudável, acesse: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/brasil-saudavel.
O Amazonas é o estado com o maior coeficiente de mortalidade por tuberculose no país: em 2022, foram 5,1 mortes/100 mil habitantes, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Quase o dobro da média nacional, que foi de 2,72 mortes/100 mil. O estudo indica que o estado teve 3.548 novos casos da doença em 2023 e 218 mortes pela doença em 2022. Além disso, em 2023 a incidência da tuberculose no estado foi segunda maior do país, — 81,6 casos/100 mil habitantes — atrás apenas de Roraima.
Os altos números são explicados pelas condições de vida da população, associadas a um cenário de pós-pandemia. “No período de pandemia as pessoas ficaram em casa e houve interrupção de diversas ações de controle da TB, quando houve a retomada dos serviços, aumentou a identificação desses casos de tuberculose, que acabaram — mais tardiamente — evoluindo para a morte”, explica Lara Bezerra, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose no Amazonas.
A gestora ainda acrescenta que “não podemos deixar de falar que a tuberculose também está associada a questões socioeconômicas, de desigualdade, onde a moradia muitas vezes é pequena, sem janela, o que contribui para novas infecções e adoecimento”.
A principal forma de contágio da doença é aérea — quando uma pessoa doente, sem tratamento, tosse, espirra ou fala. O principal sintoma ainda é a tosse persistente, chamada tosse prolongada, que costuma durar três semanas ou mais. E as condições sociais ainda são fatores que perpetuam a existência da tuberculose no país, como explica a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministro da Saúde, Fernanda Dockhorn.
“A tuberculose está ligada muito ao ambiente onde a pessoa vive, às condições de vida da população. Então, as populações (que vivem) onde há muita pobreza, (onde) têm muitos aglomerados, o ar não circula tão bem e a tuberculose está presente ali. As pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas vezes, têm dificuldade de acesso a serviços e (o) diagnóstico (acaba sendo) tardio”.
E foi na policlínica Cardoso Fontes — referência no atendimento a de pessoas com tuberculose em tratamentos especiais no estado —, em Manaus (AM), que a assistente social Marklise Siqueira, de 40 anos, recebeu o diagnóstico da infecção latente pelo bacilo causador da tuberculose. O exame, realizada em todos os funcionários, é importante para o seguimento dos profissionais de saúde, que possuem um risco maior de se expor ao bacilo, e adoecer. A infecção latente não causa sintomas e não transmite o bacilo. Uma pessoa com infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis tem o bacilo “adormecido” no pulmão, mas não tem a doença (que ocorre quando a imunidade não consegue manter o bacilo nessa forma latente, e o bacilo fica ativo, se multiplica, e a doença se instala).
A assistente social se surpreendeu ao receber o resultado positivo. Para não desenvolver a tuberculose, ela teria que manter a imunidade alta. Mas em 2020, durante a pandemia de Covid-19, as coisas mudaram. “Comecei a emagrecer muito — eu perdi 5 quilos, em 6 dias — daí, fiz um exame de escarro e um raio-x e meu exame deu positivo”, conta a assistente social. A doença apareceu por conta da baixa na imunidade. O tratamento durou seis meses e ela ficou curada.
No Amazonas e em todo o país, a Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o tratamento da tuberculose, como explica Fernanda Dockhorn. “Mesmo em um município pequeno, a Atenção Primária à Saúde é sensível, tem que perceber quando tem suspeita ou não da doença. Todo medicamento é fornecido pelo SUS, de forma gratuita”. A adesão total ao tratamento — com duração de seis meses — é fundamental para que a pessoa fique curada.
Criado em fevereiro como um programa de governo, o Brasil Saudável é uma estratégia coordenada pelo Ministério da Saúde com a participação de outros 13 ministérios. Juntos, desenvolvem ações frente às populações e territórios prioritários – tanto para combater a tuberculose quanto para outras 10 doenças e cinco infecções consideradas problemas de saúde pública.
As diretrizes do programa estão voltadas para o enfrentamento à fome e à pobreza, a promoção da proteção social e dos direitos humanos, o fortalecimento da capacitação de agentes sociais, o estímulo à ciência, tecnologia e inovação e a expansão de iniciativas em infraestrutura, saneamento e meio ambiente.
A meta do programa é reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e fazer cair o número de mortes pela doença para menos de 230 por ano, até 2030. O que para a coordenadora Fernanda Dockhorn, é uma meta possível, mas depende de um esforço coletivo. “O Brasil está no caminho, a gente tem o Brasil Saudável nessa tentativa de ampliar as ações interministeriais para dar uma proteção social para as pessoas, para dar atendimento adequado para quem é privado de liberdade, por exemplo”.
Para saber mais sobre a tuberculose e sobre o programa Brasil Saudável, acesse: www.gov.br/saude.
No Rio Grande do Sul são previstas chuvas de até 100 mm e granizo em toda a faixa norte do estado
O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu dois alertas de tempestade para os estados do Sul nesta segunda-feira (24). No Rio Grande do Sul, são previstas chuvas de até 100 mm e granizo em toda a faixa norte do estado, passando pelos municípios de Novo Hamburgo, Caxias do Sul e Erechim.
O outro alerta vai para Santa Catarina, onde são previstas tempestades com ventos intensos e risco de corte de energia, queda de árvores e alagamentos em todo o estado. O alerta vale para Blumenau, Florianópolis e cidades do litoral.
O alerta vai até o Paraná, onde na região oeste, a previsão também é de temporais. Nas cidades de Toledo e Cascavel as temperaturas variam entre 19 e 28 graus. Mesma temperatura prevista para a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
A primeira semana de inverno começa com tempo firme, ensolarado e seco em toda a região Sudeste. No Rio de Janeiro, faz calor na capital neste começo de semana.
Com sol forte e sem previsão de chuva para nenhum período do dia, a cidade registra grande amplitude térmica – que é a variação entre as temperaturas mínimas e máximas. Fica entre 16 e 32 graus.
Em Minas Gerais, todas as regiões têm previsão de sol, poucas nuvens e tempo seco. A variação da amplitude térmica também é grande e a umidade relativa do ar pode chegar a 30% em várias cidades, como Belo Horizonte.
Espírito Santo e São Paulo têm tendência de tempo seco, com poucas nuvens. As temperaturas ficam entre 21 e 32 graus na capitais desses estados.
A seca característica do inverno no Centro-Oeste brasileiro deixa os dias muito ensolarados e sem previsão de chuva. A baixa umidade do ar atinge todos os estados e contribui para o aumento dos focos de incêndio no pantanal mato-grossense.
Por conta do calor de até 34 graus durante o dia, os bombeiros que atuam no focos de queimada em Corumbá (MS) estão trabalhando durante a noite para combater as chamas.
No sul do Mato Grosso do Sul, a segunda-feira (24) começa com nevoeiro e frio: mínima de 21 graus em Amambaí (MS). Por lá, a máxima chega aos 34 graus ao longo da tarde. Em Cuiabá, a máxima chega aos 36 graus e, em Brasília, aos 26 graus.
Por conta da baixa umidade do ar, os especialistas alertam para que a população evite exercícios físicos entre 10h da manhã e quatro horas da tarde, e beba bastante líquido para evitar desidratação.
A semana começa com chuva prevista para toda a faixa litorânea que vai da Bahia até o Ceará. O dia começa nublado nas cidades litorâneas e deve permanecer assim durante toda a tarde e noite, com possibilidade de aumento de nuvens e chuva. No extremo sul da Bahia, tem previsão de nevoeiro no início da manhã.
Em Teixeira de Freitas (BA), quase na divisa com o Espírito Santo, tem neblina pela manhã, mas à tarde o sol aparece e a temperatura máxima pode chegar aos 29 graus.
Leste da Bahia, de Alagoas e do Ceará tem tempo firme o dia todo. A previsão é de sol e calor também para os estados do Piauí e Maranhão.
Mínimas previstas de 22°C em Salvador (BA) e Aracaju (SE) e máximas de 34C° em Teresina (PI) e 30 em Fortaleza (CE).
A segunda-feira (24) começa com tempo firme na maior parte da região Norte, passando por todo o estado do Acre, sul do Amazonas e do Pará. Em Roraima, o dia começa com muita nebulosidade que tende a aumentar ao longo da tarde e da noite, com previsão de chuva forte e temporal.
Há aumento de nuvens ao longo do dia também para o centro-norte do Amazonas e Pará. No Amapá, a previsão é de aumento de nebulosidade e chuvas ao longo do dia. Tempo firme, com sol e praticamente sem nuvens apenas no estado de Tocantins.
O Instituto Nacional de Meteorologia alerta para perigo de chuvas intensas, de até 50 mm/dia, com ventos que podem chegar até 60 km/h no nordeste do Amazonas e de Roraima.
As temperaturas máximas chegam a 32 graus em Rio Branco (AC), Boa Vista RR e 35 graus em Palmas (TO). Já as mínimas devem ficar em 24 graus em Porto Velho (RO) e Belém; e 25 graus em Macapá (AP).
Num passado distante, o jogo de azar movimentou muito dinheiro no país, incentivando a geração de empregos, turismo e economia. Mas, desde 1946 ele é proibido no Brasil. A legalidade que era prevista no século passado pode voltar a ser vista no país, se o PL 2.234/22 — que tramita no Congresso há dois anos — virar lei.
O especialista em Direito de Jogos e sócio-fundador do Jantalia Advogados, Fabiano Jantalia, acredita que o projeto traz melhorias tanto para a segurança jurídica quanto para a segurança pública.
“Segurança jurídica ele vai trazer porque vai permitir que os agentes internacionais, que tem o porte, e que desejam há muito tempo entrar no Brasil, possam finalmente operar sob regras estáveis, previamente definidas e muito detalhadas, já que esse Projeto de Lei que está tramitando no Senado já tem 122 artigos.”
Com relação à segurança pública, o especialista acredita que as melhorias vem justamente no combate ao jogo ilegal, com todo o complexo de marginalidade e agiotagem que ele engloba. “Eu acredito que quando você instaura um aparato de fiscalização, um conjunto de regras para, por exemplo, prevenir a lavagem de dinheiro e o endividamento, você protege as pessoas da ação criminosa que muitas vezes a gente encontra no Brasil”, complementa o advogado.
Para o especialista em segurança pública e professor da FGV, Jean Menezes, “não vai ser o jogo de azar, o cassino – que já é liberado em diversos países democráticos — que vai criar ou fomentar o crime organizado.” Para o especialista, o crime organizado já existe e a lavagem de dinheiro é um problema de receita. Falta eficácia, inteligência e gestão para se combater o problema.”
De acordo com o criminalista Oberdan Costa, a proibição penal nunca foi suficiente para pôr fim ao jogo no país. Da forma como existe hoje, a indústria do jogo “não gera divisa alguma para o Estado e muito lucro para quem opera esses esquemas.” Para o especialista, a lei vem para mudar esse cenário.
“Lavagem de dinheiro e máfia, na verdade, são beneficiados com os jogos de azar estando ilegais, pois todo o dinheiro vai para a economia paralela. Agora que elas estarão dentro do Estado, a possibilidade de controlar essas atividades, gerar riqueza para si e mitigar a lavagem de dinheiro, aumenta muito.”
O PL 2.234/2022 propõe a legalização de cassinos e jogos de azar — como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Em tramitação no Senado desde 2022, a proposta prevê a permissão para a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão — com pelo menos 100 quartos — restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.
Ainda está previsto no texto a possível emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Com exceção para estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, onde poderiam ter mais de um cassino por conta do tamanho do território ou da população.
Num placar apertado, de 14 a 12 votos, o texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na última semana. O tema agora vai ao Plenário da Casa. Os líderes partidários decidiram em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que o PL será debatido em sessão temática e votado também em outra comissão, como a de Assuntos Econômicos.
Segundo o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), “há previsão de investimento de mais de RS 100 bilhões. Vamos ampliar a frente de trabalho na ordem de mais de 700 mil empregos diretos e 600 mil indiretos — quase 1,5 milhão de novos empregos. E temos o objetivo, em cinco anos, de saltarmos de 6,3 milhões de turistas para mais de 12 milhões de turistas nesse tempo.”
Mas na bancada evangélica o projeto sofre forte resistência, como por exemplo, do senador Marcos Rogério (PL-RO), que alegou que “jogos de azar criam dependência, e uma dependência que custa caro.” Segundo ele, a OMS já reconheceu que o vício em jogos como doença, e que hoje vivemos uma epidemia de jogos online, com 22 milhões de pessoas gastando dinheiro em competições virtuais.
Atualmente, no Brasil, são consideradas contravenções penais tanto fazer apostas em jogos de azar quanto ter uma casa de jogos. A pena para quem tem casa de jogos de azar aberta ao público é de prisão simples por até um ano e multa. Para quem joga, a pena é de multa somente, que pode variar entre R$ 2 mil e R$ 200 mil.
As autoridades de saúde preconizam que a vacinação ainda é a principal arma de combate ao vírus
A emergência em saúde pública por Covid-19 foi embora, levando com ela o uso massivo das máscaras e muitos dos cuidados que tivemos durante a pandemia. Mas o vírus não desapareceu: continua em circulação, tirando vidas de muitos brasileiros. Segundo as últimas atualizações do Ministério da Saúde (4 de junho), mais de OITO MIL E QUATROCENTOS (8.493) casos de Covid foram registrados no Brasil, na vigésima primeira semana epidemiológica. Neste período, CINQUENTA E TRÊS pessoas morreram por conta da doença.
As autoridades de saúde preconizam que a vacinação ainda é a principal arma de combate ao vírus, ao diminuir o risco de a pessoa se infectar e proteger contra formas graves, hospitalização e morte.
Mas outros cuidados, como a etiqueta respiratória, devem ser mantidos para evitar contaminações. A recomendação é do médico infectologista do Hospital de Base de Brasília, Tazio Vanni. Ele detalha essa etiqueta:
“Pacientes que têm sintomas respiratórios precisam ter o cuidado de usar a máscara em ambientes com mais pessoas para não contaminar as outras pessoas. A gente precisa ter o cuidado da etiqueta respiratória, ou seja, se vou espirrar, boto a mão na boca, boto o braço, viro para o lado. Se estou com coriza, nariz escorrendo, devo usar o lenço, limpar [higienização] a mão com frequência.”
Dentro da etiqueta respiratória, o Ministério da Saúde recomenda ainda ações como: evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas. manter distância mínima de cerca de um metro de qualquer pessoa tossindo ou espirrando; e não compartilhar objetos de uso pessoal sem higienização adequada.
A nova vacina contra a Covid-19, que protege que protege contra a cepa em maior circulação hoje no país, a XBB, está disponível nas unidades de saúde como dose de reforço para crianças — de seis meses até menores de cinco anos — e adultos dos grupos prioritários, maiores de 60 anos e portadores de comorbidades, além de grávidas e puérperas.
Basta levar documento com foto e, se tiver, caderneta de vacinação.
Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.
Um movimento que nasceu na Europa no início dos anos 2000 se disseminou pelo mundo levantando notícias mentirosas sobre as vacinas. O movimento antivacina fez com que muita gente influenciada pelas fake news não se imunizasse contra a Covid, com medo de supostas reações adversas. Uma falácia, segundo o médico infectologista do Hospital de Base de Brasília, Tazio Vanni.
O especialista explica que o processo de produção passa por três etapas, para garantir a eficácia e segurança das vacinas. Tazio Vanni detalha:
“Temos uma confiança na utilização da vacina da Covid especialmente porque passou, como passam as outras vacinas, por um processo de desenvolvimento bem definido. Primeiro, a gente faz avaliação em animais — que são os estudos pré-clínicos —, a gente vai entender como é a segurança dela em outros mamíferos, geralmente camundongos, podem ser coelhos ou outros animais. Vai entender também como é a imunogenicidade, se [a vacina em teste] ela aumenta o grau de anticorpo ou a imunidade celular, as células de defesa que são relacionadas a essas doenças; depois, a gente vai desenvolver estudos humanos.”
A avaliação da segurança da vacina em humanos é feita primeiro num grupo menor — com cerca de DEZ a CINQUENTA pessoas —, complementa Vanni. E, só após o aval de especialistas, é que se aumenta o número de pessoas que recebe as doses. Na terceira fase de avaliação, os cientistas analisam o quanto a vacina é capaz de reduzir hospitalizações, a necessidade de UTI, respiração mecânica e mortes.
Para ser liberada para aplicação no País, as vacinas passam por um processo de avaliação dos estudos e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
O médico Tazio Vanni complementa que “mesmo após o início da comercialização e aplicação das doses, os imunizantes continuam sendo avaliados com base em dados o mundo real”.
De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações são “eficazes, efetivas, seguras e passam por um rigoroso processo de controle de qualidade antes de chegarem aos braços da população”.
Procure uma Unidade Básica de Saúde, leve a caderneta e vacine-se contra a Covid-19.
Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.