24/06/2024 03:00h

A coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministro da Saúde, Fernanda Dockhorn, explica como as populações em situação de pobreza podem ser mais atingidas pela doença.

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A tuberculose matou 5,8 mil pessoas em 2022, no Brasil — apesar de ter prevenção, diagnóstico e tratamento disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Pobreza, dificuldade de acesso a serviços de saúde, insegurança alimentar  e más condições de moradia são considerados determinantes sociais que influenciam  a perpetuação da doença no país. 

Nesta entrevista, a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministro da Saúde, Fernanda Dockhorn, tira as principais dúvidas sobre a doença, , seu diagnóstico e tratamento. “É importante dizer que, com tratamento, a maioria das pessoas já não transmite a doença em 15 dias”, destaca. 

A gestora fala ainda sobre o Programa Brasil Saudável. Coordenada pelo Ministério da Saúde, a iniciativa reúne esforços deste e de outros 13 ministérios para eliminar como problema de saúde pública um grupo de doenças e infecções determinadas socialmente até 2030. 

Brasil 61: O que é a tuberculose? 
Fernanda Dockhorn:
“A tuberculose é uma doença infecciosa, de transmissão de ser humano para ser humano, aérea. Quando uma pessoa tem a tuberculose no pulmão ou na laringe, ela transmite essa doença pela tosse, fala ou espirro. Não é uma doença transmitida pelo beijo, talheres ou roupa. Você pode conviver muito bem com uma pessoa que tem tuberculose, mas ela tem que ser diagnosticada e tratada”. 

Brasil 61: Quais são os principais sintomas da doença? 
Fernanda Dockhorn:
“O principal sintoma é a tosse. Se a pessoa não tem outra comorbidade que cause imunodeficiência, uma tosse por três semanas ou mais pode ser tuberculose — a gente chama de tosse prolongada, que não é uma tosse de 24 horas apenas. Mas a pessoa pode ter associado febre — geralmente vespertina —, sudorese noturna e emagrecimento. Então, se [você] tem emagrecimento sem outra causa, se tem tosse [prolongada], busque um serviço [unidade de saúde do SUS] — pode ser tuberculose”.  

Brasil 61: Quem possui alguma comorbidade, tem mais chances de desenvolver tuberculose? 
Fernanda Dockhorn:
“A transmissão da tuberculose é muito do ambiente: eu tenho mais risco quando estou nos aglomerados urbanos, num grande centro, numa região metropolitana. O risco é maior. Se vivo com muita gente na minha casa, na minha região também. Para quem vive HIV, há mais chances de ficar doente depois de se infectar. Vale lembrar que a pessoa pode se infectar com tuberculose e nunca desenvolver a doença. Mas, se há algum fator de risco — como crianças, pessoas vivendo com HIV, idosos, pessoas com doenças reumatológicas e renais —, acaba reduzindo a imunidade e desenvolvendo a tuberculose”. 

Brasil 61: Como é o tratamento da tuberculose? 
Fernanda Dockhorn:
“Depois do diagnóstico, o tratamento é disponível no sistema público de saúde e feito com quatro antibióticos numa primeira fase, que dura dois meses. Esses quatro antibióticos estão disponíveis no mesmo comprimido — dose fixa combinada. Passou essa fase mais aguda, que a pessoa fica mais doente e se sente mal, ela passa para uma segunda fase. Nessa segunda fase, são dois remédios e completa o tratamento em seis meses”.  

Brasil 61: Em que momento do tratamento a pessoa deixa de transmitir a tuberculose? 
Fernanda Dockhorn:
“É importante dizer que, com tratamento, a maioria das pessoas já não transmite a doença em 15 dias. Então, não precisa ficar preocupado com a família, pois, com 15 dias de tratamento, já não ocorre transmissão da doença”.

Brasil 61: Qual é a porta de entrada do SUS para o tratamento da tuberculose?
Fernanda Dockhorn:
“No principal diagnóstico, a porta de entrada da tuberculose é a Atenção Primária à Saúde. Então mesmo em um município pequeno, a Atenção Primária à Saúde é sensível, tem que perceber quando tem suspeita ou não da doença, se a pessoa tem tosse prolongada ou se faz parte de uma dessas populações mais vulneráveis à tuberculose e apresenta maior risco. O importante é já solicitar o exame, pois mesmo se não tiver o teste rápido molecular para tuberculose, tem a baciloscopia para o diagnóstico. E o medicamento está disponível também nesta mesma (unidade da) Atenção Primária para começar o tratamento”. 

Brasil 61: Por que a tuberculose é uma doença considerada determinada socialmente? 
Fernanda Dockhorn:
“Porque é gerada por esse ambiente com muita carência, muita pobreza, e perpetua essa pobreza. Por que não deixa a pessoa ter renda suficiente para conseguir sobreviver. No Brasil, há pesquisas locais que mostraram que 48% das famílias têm ‘custo catastrófico’ pela tuberculose. Quer dizer que a família perde mais de 20% da sua renda devido àquela pessoa que está tratando com tuberculose”. 

Brasil 61: Que determinantes sociais favorecem o desenvolvimento da doença? 
Fernanda Dockhorn:
“A tuberculose está ligada muito ao ambiente onde a pessoa vive, às condições de vida da população. Então, as populações (que vivem) onde há muita pobreza, têm muitos aglomerados, dificuldade de ambiente, o ar não circula tão bem e a tuberculose está presente ali. As pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas vezes, têm dificuldade de acesso a serviços, e (o) diagnóstico (acaba sendo) tardio. E tem uma coisa muito importante que é a segurança alimentar. A tuberculose está ligada à desnutrição. Se a pessoa tem problemas de alimentação, está com dificuldades na alimentação, ela acaba tendo maior risco de ter tuberculose depois de uma infecção”.

Brasil 61: Quais são os grupos populacionais aos quais a doença está ligada? 
Fernanda Dockhorn
: “Pessoas vivendo com HIV/aids, indígenas, imigrantes e também a população em situação de rua e privada de liberdade. As maiores cargas hoje, além das pessoas com HIV/aids, são as pessoas privadas de liberdade. É muito importante a estratégia do Brasil Saudável no sentido das ações interministeriais. A gente trabalha muito próximo do Ministério da Justiça para ter acesso a essas unidades prisionais e conseguir fazer um trabalho de saúde lá dentro”. 

Brasil 61: Como o trabalho conjunto com outros ministérios pode prevenir a doença? 
Fernanda Dockhorn
: “É muito importante essa estratégia de trabalho junto ao Ministério da Justiça, voltada ao diagnóstico precoce, ao tratamento. E a gente tem que fazer a prevenção. A tuberculose é uma doença prevenível. Se a gente sabe que aquela pessoa está infectada pelo bacilo da tuberculose e é um contato de alguém, a gente pode fazer o tratamento preventivo da TB – que é um tratamento encurtado, com 12 doses uma vez por semana — e você consegue prevenir”.

Brasil 61: A meta do Brasil Saudável é eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030, isso é possível? 
Fernanda Dockhorn:
“O Brasil está no caminho. Temos o Brasil Saudável nessa tentativa de ampliar as ações interministeriais para dar uma proteção social para as pessoas, para dar atendimento adequado para quem é privado de liberdade, por exemplo”. 

Para saber mais sobre tuberculose e sobre o Programa Brasil Saudável, acesse: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/brasil-saudavel.

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24/06/2024 03:00h

Média de mortes pela doença em 2022 chegou a 5,1 por grupo de 100 mil habitantes, o dobro do índice nacional que é de 2,7/100 mil. Tosse persistente, febre e cansaço podem indicar uma infecção, que se tratada da maneira correta, tem cura

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O Amazonas é o estado com o maior coeficiente de mortalidade por tuberculose no país: em 2022, foram 5,1 mortes/100 mil habitantes, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Quase o dobro da média nacional, que foi de 2,72 mortes/100 mil. O estudo indica que o estado teve 3.548 novos casos da doença em 2023 e 218 mortes pela doença em 2022. Além disso, em 2023 a incidência da tuberculose no estado foi segunda maior do país, — 81,6 casos/100 mil habitantes — atrás apenas de Roraima.

Os altos números são explicados pelas condições de vida da população, associadas a um cenário de pós-pandemia. “No período de pandemia as pessoas ficaram em casa e houve interrupção de diversas ações de controle da TB, quando houve a retomada dos serviços, aumentou a identificação desses casos de tuberculose, que acabaram — mais tardiamente — evoluindo para a morte”, explica Lara Bezerra, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose no Amazonas.

A gestora ainda acrescenta que “não podemos deixar de falar que a tuberculose também está associada a questões socioeconômicas, de desigualdade, onde a moradia muitas vezes é pequena, sem janela, o que contribui para novas infecções e adoecimento”.  
 

Tuberculose: contágio e vulnerabilidade  

A principal forma de contágio da doença é aérea — quando uma pessoa doente, sem tratamento,   tosse, espirra ou fala. O principal sintoma ainda é a tosse persistente, chamada tosse prolongada, que costuma durar três semanas ou mais. E as condições sociais ainda são fatores que perpetuam a existência da tuberculose no país, como explica a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministro da Saúde, Fernanda Dockhorn. 

“A tuberculose está ligada muito ao ambiente onde a pessoa vive, às condições de vida da população. Então, as populações (que vivem) onde há muita pobreza, (onde) têm muitos aglomerados, o ar não circula tão bem e a tuberculose está presente ali. As pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas vezes, têm dificuldade de acesso a serviços e (o) diagnóstico (acaba sendo) tardio”.

E foi na policlínica Cardoso Fontes — referência no atendimento a de pessoas com tuberculose em tratamentos especiais no estado —, em Manaus (AM), que a assistente social Marklise Siqueira, de 40 anos, recebeu o diagnóstico da infecção latente pelo bacilo causador da tuberculose. O exame, realizada em todos os funcionários, é importante para o seguimento dos profissionais de saúde, que possuem um risco maior de se expor ao bacilo, e adoecer. A infecção latente não causa  sintomas e não transmite o bacilo. Uma pessoa com infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis tem o bacilo “adormecido” no pulmão, mas não tem a doença (que ocorre quando a imunidade não consegue manter o bacilo nessa forma latente, e o bacilo fica ativo, se multiplica, e a doença se instala).

A assistente social  se surpreendeu ao receber o resultado positivo.  Para não desenvolver a tuberculose, ela teria que manter a imunidade alta. Mas em 2020, durante a pandemia de Covid-19, as coisas mudaram. “Comecei a emagrecer muito — eu perdi 5 quilos, em 6 dias — daí, fiz um exame de escarro e um raio-x e meu exame deu positivo”, conta a assistente social. A doença apareceu por conta da baixa na imunidade. O tratamento durou seis meses e ela ficou curada. 

Tuberculose: Atenção Primária, a porta de entrada para o tratamento

No Amazonas e em todo o país, a Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o tratamento da tuberculose, como explica Fernanda Dockhorn. “Mesmo em um município pequeno, a Atenção Primária à Saúde é sensível, tem que perceber quando tem suspeita ou não da doença. Todo medicamento é fornecido pelo SUS, de forma gratuita”. A adesão total ao tratamento — com duração de seis meses — é fundamental para que a pessoa fique curada. 


Tuberculose: atuação do Programa Brasil Saudável nos grupos mais vulneráveis 

Criado em fevereiro como um programa de governo, o Brasil Saudável é uma estratégia coordenada pelo Ministério da Saúde com a participação de outros 13 ministérios. Juntos, desenvolvem ações frente às populações e territórios prioritários – tanto para combater a  tuberculose quanto para outras 10 doenças e cinco infecções consideradas problemas de saúde pública. 

As diretrizes do programa estão voltadas para o enfrentamento à fome e à pobreza, a promoção da proteção social e dos direitos humanos, o fortalecimento da capacitação de agentes sociais, o estímulo à ciência, tecnologia e inovação e a expansão de iniciativas em infraestrutura, saneamento e meio ambiente. 

A meta do programa é reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e fazer cair o número de mortes pela doença para menos de  230 por ano, até 2030. O que para a coordenadora Fernanda Dockhorn, é uma meta possível, mas depende de um esforço coletivo. “O Brasil está no caminho, a gente tem o Brasil Saudável nessa tentativa de ampliar as ações interministeriais para dar uma proteção social para as pessoas, para dar atendimento adequado para quem é privado de liberdade, por exemplo”.

Para saber mais sobre a tuberculose e sobre o programa Brasil Saudável, acesse: www.gov.br/saude.
 

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23/06/2024 18:00h

No Rio Grande do Sul são previstas chuvas de até 100 mm e granizo em toda a faixa norte do estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu dois alertas de tempestade para os estados do Sul nesta segunda-feira (24). No Rio Grande do Sul, são previstas chuvas de até 100 mm e granizo em toda a faixa norte do estado, passando pelos municípios de Novo Hamburgo, Caxias do Sul e Erechim.

O outro alerta vai para Santa Catarina, onde são previstas tempestades com ventos intensos e risco de corte de energia, queda de árvores e alagamentos em todo o estado. O alerta vale para Blumenau, Florianópolis e cidades do litoral.

O alerta vai até o Paraná, onde na região oeste, a previsão também é de temporais. Nas cidades de Toledo e Cascavel as temperaturas variam entre 19 e 28 graus. Mesma temperatura prevista para a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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23/06/2024 18:00h

Manhãs frias e dias quentes marcam o início de semana em todas as capitais. Rio de Janeiro tem máxima prevista de 32 graus para esta segunda-feira (24)

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A primeira semana de inverno começa com tempo firme, ensolarado e seco em toda a região Sudeste. No Rio de Janeiro, faz calor na capital neste começo de semana.

Com sol forte e sem previsão de chuva para nenhum período do dia, a cidade registra grande amplitude térmica – que é a variação entre as temperaturas mínimas e máximas. Fica entre 16 e 32 graus.

Em Minas Gerais, todas as regiões têm previsão de sol, poucas nuvens e tempo seco. A variação da amplitude térmica também é grande e a umidade relativa do ar pode chegar a 30% em várias cidades, como Belo Horizonte.

Espírito Santo e São Paulo têm tendência de tempo seco, com poucas nuvens. As temperaturas ficam entre 21 e 32 graus na capitais desses estados. 

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23/06/2024 18:00h

Madrugadas e manhãs frias, dias quentes e ensolarados marcam o inverno na regateio que tem a maior amplitude térmica do país

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A seca característica do inverno no Centro-Oeste brasileiro deixa os dias muito ensolarados e sem previsão de chuva. A baixa umidade do ar atinge todos os estados e contribui para o aumento dos focos de incêndio no pantanal mato-grossense.

Por conta do calor de até 34 graus durante o dia, os bombeiros que atuam no focos de queimada em Corumbá (MS) estão trabalhando durante a noite para combater as chamas.

No sul do Mato Grosso do Sul, a segunda-feira (24) começa com nevoeiro e frio: mínima de 21 graus em Amambaí (MS). Por lá, a máxima chega aos 34 graus ao longo da tarde. Em Cuiabá, a máxima chega aos 36 graus e, em Brasília, aos 26 graus.

Por conta da baixa umidade do ar, os especialistas alertam para que a população evite exercícios físicos entre 10h da manhã e quatro horas da tarde, e beba bastante líquido para evitar desidratação.

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23/06/2024 18:00h

Faixa que vai do sul da Bahia até o norte do Ceará terá aumento de nebulosidade e chuva ao longo da segunda-feira (24)

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A semana começa com chuva prevista para toda a faixa litorânea que vai da Bahia até o Ceará. O dia começa nublado nas cidades litorâneas e deve permanecer assim durante toda a tarde e noite, com possibilidade de aumento de nuvens e chuva. No extremo sul da Bahia, tem previsão de nevoeiro no início da manhã.

Em Teixeira de Freitas (BA), quase na divisa com o Espírito Santo, tem neblina pela manhã, mas à tarde o sol aparece e a temperatura máxima pode chegar aos 29 graus.

Leste da Bahia, de Alagoas e do Ceará tem tempo firme o dia todo. A previsão é de sol e calor também para os estados do Piauí e Maranhão.

Mínimas previstas de 22°C em Salvador (BA) e Aracaju (SE) e máximas de 34C° em Teresina (PI) e 30 em Fortaleza (CE).

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23/06/2024 18:00h

Norte do amazonas e todo o estado de Roraima têm previsão de chuva forte ao longo da segunda-feira (24)

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A segunda-feira (24) começa com tempo firme na maior parte da região Norte, passando por todo o estado do Acre, sul do Amazonas e do Pará. Em Roraima, o dia começa com muita nebulosidade que tende a aumentar ao longo da tarde e da noite, com previsão de chuva forte e temporal.

Há aumento de nuvens ao longo do dia também para o centro-norte do Amazonas e Pará. No Amapá, a previsão é de aumento de nebulosidade e chuvas ao longo do dia. Tempo firme, com sol e praticamente sem nuvens apenas no estado de Tocantins.

O Instituto Nacional de Meteorologia alerta para perigo de chuvas intensas, de até 50 mm/dia, com ventos que podem chegar até 60 km/h no nordeste do Amazonas e de Roraima.

As temperaturas máximas chegam a 32 graus em Rio Branco (AC), Boa Vista RR e 35 graus em Palmas (TO). Já as mínimas devem ficar em 24 graus em Porto Velho (RO) e Belém; e 25 graus em Macapá (AP).

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23/06/2024 12:32h

Projeto foi aprovado com placar apertado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e vai a Plenário. O PL 2.234/22 libera exploração de bingo, cassino, jogo do bicho e corrida de cavalos em território nacional

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Num passado distante, o jogo de azar movimentou muito dinheiro no país, incentivando a geração de empregos, turismo e economia. Mas, desde 1946 ele é proibido no Brasil. A legalidade que era prevista no século passado pode voltar a ser vista no país, se o PL 2.234/22 — que tramita no Congresso há dois anos — virar lei. 

O especialista em Direito de Jogos e sócio-fundador do Jantalia Advogados, Fabiano Jantalia, acredita que o projeto traz melhorias tanto para a segurança jurídica quanto para a segurança pública. 

“Segurança jurídica ele vai trazer porque vai permitir que os agentes internacionais, que tem o porte, e que desejam há muito tempo entrar no Brasil, possam finalmente operar sob regras estáveis, previamente definidas e muito detalhadas, já que esse Projeto de Lei que está tramitando no Senado já tem 122 artigos.” 

Com relação à segurança pública, o especialista acredita que as melhorias vem justamente no combate ao jogo ilegal, com todo o complexo de marginalidade e agiotagem que ele engloba. “Eu acredito que quando você instaura um aparato de fiscalização, um conjunto de regras para, por exemplo, prevenir a lavagem de dinheiro e o endividamento, você protege as pessoas da ação criminosa que muitas vezes a gente encontra no Brasil”, complementa o advogado. 

Para o especialista em segurança pública e professor da FGV, Jean Menezes, “não vai ser o jogo de azar, o cassino – que já é liberado em diversos países democráticos — que vai criar ou fomentar o crime organizado.” Para o especialista, o crime organizado já existe e a lavagem de dinheiro é um problema de receita. Falta eficácia, inteligência e gestão para se combater o problema.”

Maior controle do estado 

De acordo com o criminalista Oberdan Costa, a proibição penal nunca foi suficiente para pôr fim ao jogo no país. Da forma como existe hoje, a indústria do jogo “não gera divisa alguma para o Estado e muito lucro para quem opera esses esquemas.” Para o especialista, a lei vem para mudar esse cenário.

“Lavagem de dinheiro e máfia, na verdade, são beneficiados com os jogos de azar estando ilegais, pois todo o dinheiro vai para a economia paralela. Agora que elas estarão dentro do Estado, a possibilidade de controlar essas atividades, gerar riqueza para si e mitigar a lavagem de dinheiro, aumenta muito.” 

O que prevê o PL

O PL 2.234/2022 propõe a legalização de cassinos e jogos de azar — como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Em tramitação no Senado desde 2022, a proposta prevê a permissão para a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão — com pelo menos 100 quartos — restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

Ainda está previsto no texto a possível emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Com exceção para estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, onde poderiam ter mais de um cassino por conta do tamanho do território ou da população. 

Num placar apertado, de 14 a 12 votos, o texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na última semana. O tema agora vai ao Plenário da Casa. Os líderes partidários decidiram em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que o PL será debatido em sessão temática e votado também em outra comissão, como a de Assuntos Econômicos. 

Segundo o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), “há previsão de investimento de mais de RS 100 bilhões. Vamos ampliar a frente de trabalho na ordem de mais de 700 mil empregos diretos e 600 mil indiretos — quase 1,5 milhão de novos empregos. E temos o objetivo, em cinco anos, de saltarmos de 6,3 milhões de turistas para mais de 12 milhões de turistas nesse tempo.”

Mas na bancada evangélica o projeto sofre forte resistência, como por exemplo, do senador Marcos Rogério (PL-RO), que alegou que “jogos de azar criam dependência, e uma dependência que custa caro.” Segundo ele, a OMS já reconheceu que o vício em jogos como doença, e que hoje vivemos uma epidemia de jogos online, com 22 milhões de pessoas gastando dinheiro em competições virtuais.

Como o jogo é tratado hoje

Atualmente, no Brasil, são consideradas contravenções penais tanto fazer apostas em jogos de azar quanto ter uma casa de jogos. A pena para quem tem casa de jogos de azar aberta ao público é de prisão simples por até um ano e multa. Para quem joga, a pena é de multa somente, que pode variar entre R$ 2 mil e R$ 200 mil.

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21/06/2024 10:00h

As autoridades de saúde preconizam que a vacinação ainda é a principal arma de combate ao vírus

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A emergência em saúde pública por Covid-19 foi embora, levando com ela o uso massivo das máscaras e muitos dos cuidados que tivemos durante a pandemia. Mas o vírus não desapareceu: continua em circulação, tirando vidas de muitos brasileiros. Segundo as últimas atualizações do Ministério da Saúde (4 de junho), mais de OITO MIL E QUATROCENTOS (8.493) casos de Covid foram registrados no Brasil, na vigésima primeira semana epidemiológica. Neste período, CINQUENTA E TRÊS pessoas morreram por conta da doença. 

As autoridades de saúde preconizam que a vacinação ainda é a principal arma de combate ao vírus, ao diminuir o risco de a pessoa se infectar e proteger contra formas graves, hospitalização e morte. 

Mas outros cuidados, como a etiqueta respiratória, devem ser mantidos para evitar contaminações. A recomendação é do médico infectologista do Hospital de Base de Brasília, Tazio Vanni. Ele detalha essa etiqueta:

“Pacientes que têm sintomas respiratórios precisam ter o cuidado de usar a máscara em ambientes com mais pessoas para não contaminar as outras pessoas. A gente precisa ter o cuidado da etiqueta respiratória, ou seja, se vou espirrar, boto a mão na boca, boto o braço, viro para o lado. Se estou com coriza, nariz escorrendo, devo usar o lenço, limpar [higienização] a mão com frequência.”

Dentro da etiqueta respiratória, o Ministério da Saúde recomenda ainda ações como: evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas. manter distância mínima de cerca de um metro de qualquer pessoa tossindo ou espirrando; e não compartilhar objetos de uso pessoal sem higienização adequada.

A nova vacina contra a Covid-19, que protege que protege contra a cepa em maior circulação hoje no país, a XBB, está disponível nas unidades de saúde como dose de reforço para crianças — de seis meses até menores de cinco anos — e adultos dos grupos prioritários, maiores de 60 anos e portadores de comorbidades, além de grávidas e puérperas. 

Basta levar documento com foto e, se tiver, caderneta de vacinação.

Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.
 

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21/06/2024 08:00h

Para ser liberada para aplicação no País, as vacinas passam por um processo de avaliação dos estudos e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa

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Um movimento que nasceu na Europa no início dos anos 2000 se disseminou pelo mundo levantando notícias mentirosas sobre as vacinas. O movimento antivacina fez com que muita gente influenciada pelas fake news não se imunizasse contra a Covid, com medo de supostas reações adversas. Uma falácia, segundo o médico infectologista do Hospital de Base de Brasília, Tazio Vanni. 

O especialista explica que o processo de produção passa por três etapas, para garantir a eficácia e segurança das vacinas. Tazio Vanni detalha:

“Temos uma confiança na utilização da vacina da Covid especialmente porque passou, como passam as outras vacinas, por um processo de desenvolvimento bem definido. Primeiro, a gente faz avaliação em animais — que são os estudos pré-clínicos —, a gente vai entender como é a segurança dela em outros mamíferos, geralmente camundongos, podem ser coelhos ou outros animais. Vai entender também como é a imunogenicidade, se [a vacina em teste] ela aumenta o grau de anticorpo ou a imunidade celular, as células de defesa que são relacionadas a essas doenças; depois, a gente vai desenvolver estudos humanos.”

A avaliação da segurança da vacina em humanos é feita primeiro num grupo menor — com cerca de DEZ a CINQUENTA pessoas —, complementa Vanni. E, só após o aval de especialistas, é que se aumenta o número de pessoas que recebe as doses. Na terceira fase de avaliação, os cientistas analisam o quanto a vacina é capaz de reduzir hospitalizações, a necessidade de UTI, respiração mecânica e mortes.

Para ser liberada para aplicação no País, as vacinas passam por um processo de avaliação dos estudos e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

O médico Tazio Vanni complementa que “mesmo após o início da comercialização e aplicação das doses, os imunizantes continuam sendo avaliados com base em dados o mundo real”.

De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações são “eficazes, efetivas, seguras e passam por um rigoroso processo de controle de qualidade antes de chegarem aos braços da população”. 

Procure uma Unidade Básica de Saúde, leve a caderneta e vacine-se contra a Covid-19.

Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.
 

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