PIB

05/06/2024 02:00h

A comparação é com o mesmo período de 2023. Indústria e serviços tiveram destaque, já a agropecuária foi o único setor que registrou queda, de 3%. Ddos são do IBGE

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No primeiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 2,5% em comparação com o mesmo período de 2023. Já o Produto Interno Bruto (PIB), em relação ao último trimestre do ano passado, apresentou alta de 0,8%. Em valores correntes, o PIB chega a R$ 2,7 trilhões de reais. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, em um recorte setorial, indústria e serviços avançaram no período 2,8% e 3%, respectivamente. Já a agropecuária foi o único setor que registrou queda, de 3%. 

A economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenadora do Monitor do PIB, Juliana Trece, aponta a supersafra de 2023 como fator esperado para o resultado em 2024 do setor. Apesar disso, ela avalia que os dados apontam um momento positivo para a economia do país.

“Então, esse movimento até de retração no primeiro trimestre em relação ao primeiro de 23 na agropecuária é super esperado. O ponto positivo é que a indústria e serviços mostraram um crescimento, mostraram um bom início de 2024”, menciona Juliana Trece.

Crescimento tímido

No primeiro trimestre de 2024 o setor de serviços teve alta de 1,4%, principalmente em função das contribuições do Comércio (3,0%), de Informação e Comunicação (2,1%) e de Outras atividades de serviços (1,6%). Já a Agropecuária cresceu 11,3% e a indústria registrou uma pequena variação negativa (-0,1%), que é considerada estabilidade.

O economista Luigi Mauri explica que, geralmente, a economia do Brasil cresce mais no primeiro trimestre e, em 2024, o cenário não se repetiu. “Ou seja, o fato de nós termos crescido menos no primeiro trimestre deste ano do que em relação ao primeiro trimestre do ano passado revela que, muito possivelmente, nós vamos ter um crescimento menor esse ano do que em relação ao ano passado”, pontua o especialista.

Luigi Mauri avalia que, apesar da alta no PIB, ainda existem possibilidades para o crescimento do país. Ele afirma que a indústria “nunca cresce tanto quanto talvez poderia e nós acabamos sempre puxados bastante pelo agronegócio”.

Os dados mostram, ainda, que o consumo das famílias (4,4%) e as despesas do governo (2,6%) também tiveram alta na comparação com o primeiro trimestre de 2023.

Cenário para o Rio Grande do Sul

Os dados do segundo trimestre devem sofrer os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul. Juliana Trece menciona perdas de estoque de capital e destruição de empresas e lavouras que podem repercutir ao longo de 2024, não apenas nos próximos três meses. 

“Então, é até bom a gente ter iniciado o ano com uma economia forte, o PIB crescendo bem, porque a gente sabe que vão ter desafios ao longo do segundo, terceiro, quarto trimestre com essa questão toda de reconstrução da economia gaúcha”, reforça Juliana Trece.
 

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10/04/2024 19:32h

Grande parte das principais variáveis monitoradas estão estáveis

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A projeção da inflação brasileira obteve alta nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,76%. 

Este cenário acompanha a possibilidade de uma economia mais aquecida no médio prazo. O projetado de crescimento da economia para 2024 subiu pela oitava vez seguida e é previsto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,90% até o final deste ano. 

Neste cenário, a Selic  — a taxa básica de juros da economia brasileira — há quase três meses é projetada a 9,00%. Para 2025 e 2026, há também previsão de estabilidade para a taxa. 

Já o câmbio, após escaladas e ultrapassar a barreira dos R$ 5,00, está previsto para R$ 4,95 até o final deste ano. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil
 

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07/04/2024 00:01h

Na avaliação de economistas ouvidos pelo Brasil 61, corte de despesas desnecessárias e revisão de programas precisam ser prioridade para atingir a meta

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A ousada meta de déficit zero — desejada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad — e o alcance da meta fiscal para 2025 estão bem distantes da realidade traçada pelo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional esta semana. O objetivo de deixar as contas no azul, apresentado pelo Ministério da Fazenda, no ano passado — é visto pela economista e professora da FGV Carla Beni como “muito difícil de ser alcançado". 

A dificuldade para se alcançar a meta prevista é  tanta  que, no dia seguinte da divulgação do relatório do Tesouro Nacional, que prevê que o governo teria que fazer um esforço adicional equivalente a 1% do Produto Interno Bruto do Brasil para chegar ao superávit desejado pela Fazenda em 2025, a ministra do Planejamento Simone Tebet disse que a revisão da meta “está na mesa”. 

Para Carla Beni, o governo anterior (Bolsonaro) fez um desmonte na estrutura de políticas públicas e a reestruturação dessa estrutura, demanda aumento da despesa. As medidas tomadas até agora — como taxação das offshores e dos fundos exclusivos — deram resultado num primeiro momento, “mas não necessariamente vão continuar arrecadando o mesmo montante”, avalia a especialista. 

“O desafio agora é fazer essa equação entre essa possibilidade da entrada das receitas, mas a equação central está no Congresso. Porque a aprovação do que é necessário passa pelo Congresso com um segundo semestre que está olhando para uma eleição municipal.“ Isso, para a professora, fecha janelas de oportunidades porque agora o olhar do Congresso se volta para as eleições municipais; e as aprovações passam a ser desvirtuadas. 

Banco Central, Congresso e Executivo: responsabilidade dividida

“A gente não pode colocar todo o peso na execução do orçamento no executivo. Pelo contrário, o Congresso tem um peso maior no fechamento do orçamento” — avalia a economista, que ainda divide a parcela da responsabilidade do orçamento com o Banco Central.

Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, em 2022 o custo da dívida pública no Brasil consumia 46,3% do orçamento, um montante de R$ 1,89 trilhões. Esses valores são relativos ao pagamento de juros e amortização da dívida — puxado pela taxa Selic que hoje está em 10,75%. 

“O cumprimento da meta fiscal é um cumprimento triplo: do executivo, do legislativo e do Banco Central por conta do custo da taxa de juros que ela impõe no dispêndio do pagamento de juros obrigatório.” O resultado fiscal final do país engloba o pagamento de juros.” conclui Beni. 

Contingenciamento por ser o caminho para o equilíbrio? 

Para o advogado e economista Alessandro Azzoni, para se chegar à meta fiscal desejada em 2025 é necessário uma ação conjugada. Ele elenca quatro pontos principais:

  1. Aprovação das medidas de aumento da arrecadação — implementação de novos impostos, revisão de benefícios fiscais e combate à sonegação;
  2. Controle rigoroso dos gastos públicos — com redução das despesas desnecessárias
  3. Incentivo para o crescimento da economia — com políticas que estimulem o crescimento e aumente a arrecadação;
  4. Busca de apoio político para reduzir custos com pagamento de emendas — para garantir o sustento das contas públicos com a arrecadação atual

O contingenciamento — que é a redução de gastos públicos — é visto como um dos caminhos para atingir a meta desejada. Azzoni explica que esses cortes podem ser feitos em áreas consideradas não essenciais, como viagens, eventos, consultorias. Além disso, cortes em investimentos, principalmente em infraestrutura e projetos de longo prazo. 

Mas a revisão de programas sociais e a contenção de pessoal são medidas consideradas, pelo especialista, como as mais importantes. 

“Revisão das contratações, principalmente das terceirizadas, uma vez que não está tendo concursos públicos. Uma forma de evitar problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, de aumento dos servidores públicos seria a revisão das contratações terceirizadas e até corte de pessoal em setores não prioritários”, sugere.
 

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04/04/2024 00:07h

Grande parte das principais variáveis monitoradas estão estáveis

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A projeção da inflação brasileira esteve estável nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,75%. 

Este cenário acompanha a possibilidade de uma economia mais aquecida no médio prazo. O projetado de crescimento da economia para 2024 subiu pela sétima vez seguida e é previsto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça aproximadamente 1,90% até o final deste ano. 

Neste cenário, a Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — há quatorze semanas em sequência permanece a 9,00%. Prevê-se que os próximos anos sejam igualmente de estabilidade para esta taxa. 

Já o câmbio, após escaladas e ultrapassar a barreira dos R$ 5,00, está previsto para R$ 4,95 até o final deste ano. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil. 
 

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04/04/2024 00:01h

Agro, indústria e serviços alavancaram os índices. Maior que a média nacional — de 2,9% — o Produto Interno Bruto do estado chegou a R$ 336,7 bilhões no ano passado

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Agropecuária, indústria e serviços. Juntos, esses três setores alavancaram a economia de Goiás. E  fizeram com o que o estado fechasse o ano de 2023 com uma saldo de R$ 336,7 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) — que é a soma de todos os bens e serviços produzidos. O aumento chegou a 4,4% em relação ao ano anterior, 2022. Ficando bem maior, inclusive, que a média nacional que foi de 2,9%. 

Os dados do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) destacam o agro com alta de 12,9% em relação a 2022; a indústria com 3,8% e o setor de serviços com 2,2%. Diversos fatores contribuem para esse crescimento acima da média, como economista e pesquisador especialista em agronegócio. 

“Temos, por parte do governo [estadual], um grande investimento em infraestrutura e esse desenvolvimento do setor agrícola, com incentivos e apoios. Além dos incentivos fiscais para indústrias — sobretudo no polo de Anápolis —, das políticas de desenvolvimento regional e programas de capacitação profissional são desenvolvidas pelo próprio governo, acabam somando à localização estratégica do estado e a diversificação da sua economia”. 

Destaque para o agro

Dono de uma fazenda familiar de 900 hectares em Rio Verde, com culturas de soja, milho e sorgo, produtor cita os benefícios de se trabalhar em Goiás. Investimento em pesquisa é um deles, assim como facilidade de escoamento da carga, a presença de cooperativas que ajudam o produtor e das agroindústrias. Mas o que o produtor coloca em primeiro lugar é a segurança.

“A pessoa pode dormir tranquila na fazenda sabendo que tem segurança e que não haverá roubo de produtos. Hoje, Goiás é considerado o estado mais seguro do Brasil. Você vai para outros estados e ouve a questão das invasões de terras — o que não tem por aqui. É bom ter a segurança de que a fazenda está sempre resguardada ", valoriza. 

PIB em alta, aumenta emprego e renda

Diante de um cenário nacional de altas taxas de juros e dificuldades de pegar financiamentos — que muitos empresários enfrentam — , as políticas internas do estado ajudam empresários a driblar as dificuldades, e resultados positivos em relação a emprego e renda aparecem.

“Goiás está experimentando um ciclo virtuoso, no qual esses indicadores positivos — de crescimento e queda do desemprego — fortalecem outros aspectos da economia e do bem- estar social”, avalia o economista.

O melhor resultado da história se repete na quantidade de pessoas empregadas: em dezembro, foram registrados 3,8 milhões de trabalhadores no estado, segundo o IBGE. O índice de desocupados, por sua vez, atingiu o menor patamar desde 2015, com 5,6%. Além disso, quem tem emprego está ganhando mais: R$ 2.017 foi a média salarial em Goiás no ano passado — a terceira maior do Brasil. 

Incentivo à qualificação 

Em 2023, mais de 70 mil pessoas conseguiram um novo emprego graças ao Programa Mais Emprego, que promove feirões em todo o estado e conta com as unidades do Sine. Além disso, as Escolas do Futuro foram responsáveis por qualificar outros 21 mil trabalhadores. Por meio da agência GoiásFomento, R$ 33,8 milhões foram financiados em empréstimos, em 834 operações.

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01/04/2024 00:06h

O desempenho foi puxado pela queda de preços em todos os segmentos da cadeia produtiva

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O agronegócio brasileiro apresentou queda no desempenho em 2023. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio fechou o ano passado com queda de 2,99% em relação a 2022. Os dados mostram que a diminuição de preços em todos os segmentos da cadeia produtiva contribuíram para o resultado. O advogado especialista em direito agrário Francisco Torma explica esse cenário.

“Quando  estou falando do agronegócio,  não estou falando só sobre produção agropecuária. Portanto,  estou falando do PIB que envolve desde a produção de máquina, venda de insumos, os contatos bancários, de financiamento de crédito rural, todos os serviços — o transporte desse produto. Tudo isso pode influenciar nesse resultado”, pontua.

Na opinião do presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa, esse resultado já era esperado. Ele cita o trigo, como exemplo.

“O Brasil não é formador de preços. No caso do trigo, o preço é formado na bolsa de Chicago, na bolsa de Nova York. Então, o trigo — esse ano inclusive — ele estava com preço muito baixa. A apesar da quebra da safra, o preço interno estava baixo, porque havia trigo no exterior muito diferente”, revela.

Com este desempenho, o setor reduziu sua participação no PIB total do país no período, de 25,2% em 2022 para 23,8% no ano passado. O resultado só não foi mais desfavorável em razão das safras agrícolas recordes e da maior produção nos segmentos primário e agroindustrial na pecuária, que puxaram a demanda por agrosserviços.

Avaliação por atividade

Ao levar em consideração a análise por cada atividade, o PIB agrícola teve queda de 3,26% em 2023, em relação a 2022. Apenas o setor primário alcançou resultado positivo — com expansão de 5,11%, beneficiado pela produção recorde e queda dos custos com insumos.

A baixa nos preços de fertilizantes e uma produção menor de máquinas agrícolas provocaram queda de 27,92%. Além disso, houve também recuo na indústria (3,43%) e no setor de serviços (3,24%). Já na pecuária, o PIB caiu 2,3% no ano passado. A produção primária foi a mais afetada, com queda de 10,61%. A atividade sofreu com a queda dos preços — principalmente de bovinos, aves de corte e leite.

O presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, também revela que o mesmo cenário foi observado na produção do trigo. “No caso do trigo houve perdas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná de 30%, 40%, da safra. E isso tá repercutindo esse ano”, salienta.
 

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21/03/2024 00:04h

Acompanhando a possível alta da economia, está o crescimento da projeção da inflação

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A projeção da inflação brasileira teve alta nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,79%. A nova projeção representa alta, após sucessivas quedas. 

Este cenário acompanha a possibilidade de uma economia mais aquecida no médio prazo. O projetado de crescimento da economia para 2024 subiu pela quinta vez seguida — e é previsto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça aproximadamente 1,80%, até o final deste ano. 

Em contrapartida, a Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira —  há doze semanas em sequência permanece a 9,00%. Prevê-se que os próximos anos sejam igualmente de estabilidade para esta taxa. 

Já o câmbio, após escaladas e ultrapassar a barreira dos R$ 5,00, está previsto para R$ 4,95 até o final deste ano. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil
 

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06/03/2024 00:01h

Apesar da alta na produção e exportação, alto custo de faz margem do produtor cair

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Reconhecida internacionalmente, a força do agro brasileiro se reflete em números extensos. Só em 2023, a agropecuária movimentou cerca de R$ 680 bilhões.  A safra 2022/23 foi recorde, com alta de 15% — o maior da série histórica — e  que o ajudou a alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) do país, que fechou em 2,9%. 

Há anos, as culturas de soja e milho se destacam. Desde 2000, com a inclusão de tecnologia de  ponta nas lavouras, houve crescimento da produção e ganho de produtividade. A soja, no ano passado, aumentou 27,1% e o milho 19%. Nesse cenário, uma cidade do interior do Mato Grosso tem no nome um sentimento que vem traduzindo o sentimento de seus moradores: Sorriso. 

Há cinco anos, o município mato-grossense de menos de 100 mil habitantes responde sozinho por 1,4% de toda a soja e milho produzidos no Brasil. Além de algodão herbáceo (em caroço) e feijão. Em valor de produção, a cidade chegou a um montante de R$ 11,5 bilhões.  

A força do agro reflete nas oportunidades em outras áreas, como conta o prefeito Ari Lafin (PSDB). “A oportunidade da geração de empregos através do agro. A indústria se consolida no município, fortalece o comércio, instituições de ensino se instalam por aqui, assim como médicos, dentistas, advogados. É uma rede de geração de oportunidades que são geradas através da produção agrícola no nosso município”. 

PIB aumentou, mas a margem dos produtores não

O resultado positivo em 2023 é resultado da safra 2022, e segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, o Brasil aumenta a todo ano a safra pois ainda tem muita terra onde plantar. “Somos um dos únicos países que ainda temos potencial para aumentar”, acrescenta.  

Apesar disso, o cenário não é apenas de vitórias. Segundo o diretor-executivo, o real cenário para o produtor não é apenas de comemorações. “A gente tem um aumento de PIB, mas com custos muito altos e o produtor acabou ficando numa margem muito baixa, até com prejuízo. Estamos num momento muito ruim. Nos anos anteriores, estávamos num momento positivo, de comemoração. Mas hoje, tanto agricultura quanto pecuária, estão com preços não remuneratórios.” 

O diretor-executivo da Abramilho explica que, mesmo com o aumento da produção e das vendas, o alto custo de produção acaba reduzindo muito a margem de lucro do produtor. 

PIB: apesar de fechar 2023 em alta, atividade econômica mostra desaceleração no segundo semestre

O que faz do Brasil um campeão de exportações 

O Brasil é hoje o maior produtor e exportador de soja do mundo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média chega a 55,5 sacas por hectares com potencial de crescimento. Isso porque ainda existem muitos locais de pastagens degradadas — que podem ser usados no futuro para a expansão da lavoura, sem desmatamento. Especialista em direito econômico, o advogado Alessandro Azzoni explica que chegamos a esse nível por termos nos adequado às certificações exigidas internacionalmente. 

“Os nossos produtos são muito bem referenciados lá fora. A qualidade do grão da soja, do milho, frutas, carnes. Nossa proteína tem uma qualificação muito grande — desde o frango, boi, suínos. E o mundo é consumidor.”  

Entre os principais compradores do agro brasileiros, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estão China (31,9%), União Europeia (16,1%) e Estados Unidos (6,6%).
 

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04/03/2024 03:00h

Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%

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Apesar de a economia brasileira ter fechado 2023 com crescimento acumulado de 2,9% - praticamente o mesmo resultado apresentado em 2022 frente a 2021 - dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que houve uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre do ano passado, depois de um cenário positivo da Agropecuária notado no início do ano.

Em relação à comparação do quarto contra o terceiro trimestre de 2023, o quadro referente ao PIB é de estagnação. Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%.

O advogado e economista Alessandro Azzoni afirma que, no primeiro e no segundo trimestre, houve um avanço no agronegócio, que trouxe uma expansão nos números, sobretudo quando se trata da produção de soja e de milho. No entanto, ele destaca que o cenário não foi o mesmo para os meses subsequentes. 

“No terceiro e quarto trimestre nós tivemos um PIB negativo, praticamente no agronegócio, porque como os estoques foram exauridos no primeiro e no segundo trimestre, e agora estava na parte de replantio, a tendência do agro não representa tanto nesse segundo semestre”, explica. 

O levantamento do IBGE também aponta que a taxa de investimento do PIB, em 2023, foi de 16,5%. O resultado representa uma redução em relação a 2022, quando a taxa foi de 17,8%. Para o economista José Marcio Camargo, esse foi um dos principais fatores que contribuíram para a estagnação da economia na segunda parte do ano. 

“O grande problema no crescimento do PIB, um lado realmente negativo, é o fato de você ter uma grande queda na taxa de investimento. E, sabemos que, para se ter crescimento elevado no longo prazo, é preciso ter aumento na taxa de investimento e da capilaridade produtiva”, considera. 

Dentro desse contexto, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, pontua que “quando a gente olha a contribuição para o crescimento, vemos que a demanda interna contribuiu com esse crescimento de 2,9% com apenas 0,9%, muito diferente do que tinha acontecido em 2022”.  

IBGE: somente dois estados registram queda na taxa de desemprego no 4º trimestre de 2023

Entre as atividades industriais, foi percebida alta nas Indústrias Extrativas (4,7%), na Construção (4,2%) e na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (2,8%). As Indústrias de Transformação, por outro lado, apresentaram variação negativa de 2%.

Nos Serviços, as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados registravam uma tímida elevação de 0,7%, enquanto as Atividades imobiliárias subiram 0,1% - mesmo resultado apresentado para Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social. Em contrapartida, contribuíram negativamente o Comércio, com queda de 0,8%; Transporte, armazenagem e correio, com recuo de 0,6%; e Informação e comunicação, com redução de 0,1%.


 

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02/01/2024 00:34h

Quatro dos cinco municípios estão no estado do Rio de Janeiro. Cidade "intrusa" fica em São Paulo. Em comum, eles tiveram arrecadação elevada com royalties de petróleo e gás natural. Lista foi feita pelo IBGE, com dados de 2021

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Quatro dos cinco municípios que mais ganharam participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 estão no estado do Rio de Janeiro. É o que mostra levantamento divulgado pelo IBGE. 

Confira abaixo o top 5 das cidades que mais conquistaram espaço na economia brasileira em 2021

  1. Maricá-RJ (+ 0,5 p.p.)
  2. Saquarema-RJ (+ 0,3 p.p.)
  3. Niterói-RJ (+ 0,2 p.p.)
  4. São Sebastião-SP (+ 0,1 p.p.)
  5. Campos dos Goytacazes-RJ (+ 0,1 p.p.) 

De acordo com o IBGE, a extração de petróleo e gás natural é o motivo por trás do desempenho positivo de Maricá, Saquarema e Campos dos Goytacazes. A publicação não explica as causas que levaram Niterói e São Sebastião às primeiras posições. 

Segundo Rodrigo Leite, professor do Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maricá, Saquarema e Campos dos Goytacazes recebem royalties elevados devido à exploração de combustíveis fósseis. O aumento da participação de Niterói no PIB do país, por sua vez, tem a ver também com a migração de pessoas e de parte da atividade econômica da capital do estado, Rio de Janeiro, acredita. 

"Maricá, Saquarema e Campos [dos Goytacazes] é royalty, e Niterói é o influxo do Rio de Janeiro. Niterói aumentou em 0,2 p.p. sua participação no PIB, enquanto o Rio de Janeiro caiu 0,37 p.p. Isso significa que parte do PIB do Rio de Janeiro acabou indo para Niterói, com mudanças de pessoas, mudanças de empresas, um aumento também da população com renda, o que também aumenta o PIB do município", avalia. 

Royalties são uma compensação financeira que as empresas exploradoras de petróleo e gás natural pagam à União, aos estados e aos municípios. 

Levantamento do Brasil 61 a partir de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que, em 2021, Maricá embolsou R$ 1,2 bilhão em royalties. Foi o município brasileiro que mais recebeu esse tipo de recurso. O ranking das cinco cidades que mais ganharam com a contribuição é composto por outros quatro municípios fluminenses. 

São eles: Macaé, com R$ 908 milhões; Niterói, com R$ 739 milhões; Saquarema, com R$ 736 milhões; e Campos dos Goytacazes, com R$ 452 milhões. Com exceção a Macaé, as demais cidades estão no top 5 daquelas que mais ganharam participação no PIB brasileiro em 2021. 

Intruso na lista, o município de São Sebastião fica no litoral do estado de São Paulo. Parte do sucesso também pode ser explicada pelo recebimento de royalties do petróleo. Em 2021, a cidade embolsou R$ 126 milhões, o que lhe rendeu a 17ª colocação entre todos os municípios do país.  

Primeira da lista, Maricá já está entre os oito municípios mais ricos do país. Em 2022, o município era apenas o 354º em participação no PIB. Em 2020, passou para a 26ª colocação. Na edição mais recente, tem apenas sete cidades à frente, das quais seis são capitais. 

Saiba quais são as 11 cidades com o maior PIB do país

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